Saiba quanto tempo o corpo leva para expulsar o álcool do corpo, dicas, riscos e recomendações. Danielle Barg Beber com os amigos, curtindo a vida sem se preocupar com os efeitos que a bebida traz para o corpo é o esporte preferido de muita gente. Mas o fato é que, caipirinha vai, cervejinha vem, e a conta do acúmulo de álcool na corrente sanguínea só aumenta. Além dos riscos à saúde, o álcool pode trazer inúmeros prejuízos sociais – tanto para quem bebe, quanto para quem nada tem a ver com isso. Além disso, com o endurecimento da Lei Seca no Brasil, o rigor tende a aumentar quanto às punições. Para se ter uma ideia de quanto tempo o álcool demora para o sair do corpo, o Terra contou com a colaboração da psiquiatra Carla Bicca, que é conselheira da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas) e da nutricionista Livia Hasegawa, de São Paulo. A seguir, você irá conhecer uma média de quanto tempo se leva para ficar sóbrio – ou seja, sem nada de álcool no sangue. Para este cálculo, foram utilizadas fórmulas e índices padrão fornecidos pela Abead. Na sequência, confira também todos os aspectos que influenciam nessa conta e as principais recomendações para continuar fazendo bons brindes, mas sempre de forma consciente. Calculadora do Álcool Conta Várias situações podem influenciar o nível de embriaguez de uma pessoa – para mais ou para menos. A nutricionista Livia Hasegawa afirma que aspectos como sexo, idade, peso, quantidade de comida ingerida antes e a velocidade que a pessoa vai beber a dose podem afetar o resultado final. Já em termos mais técnicos, outras características podem pesar. “A frequência da ingestão, a quantidade de álcool ingerida, a quantidade de álcool absorvida, sua distribuição pelos tecidos do organismo, a sensibilidade individual dos diferentes tecidos e órgãos e a velocidade de metabolização Getty Images O que conta nessa conta Fatores Beber óleo, tomar muita água, correr e fazer exercícios são alguns dos recursos utilizados para amenizar os efeitos do álcool, mas, segundo Carla Bicca, não passam de mitos. “Na realidade, o tempo é que irá desintoxicar o organismo. Grosseiramente falando, o corpo precisa de uma hora para cada dose ingerida”. Ainda assim, ingerir alimentos junto com a bebida, ou alternar o consumo com copos de água, são hábitos indicados na busca por uma embriaguez mais suave. Livia reforça que quando o álcool se mistura ao alimento no estômago demora mais para ser absorvido. “Assim, o álcool chega mais lentamente ao sangue e não se concentra de forma muito rápida, evitando que a pessoa fique bêbada mais rápido”, pontua. Segundo Carla, outra dica seria comer doces antes de beber, pois isso diminuiria o apetite por álcool. Getty Images Fatores que amenizam os efeitos Resultado Além dos fatores fisiológicos já citados, a psiquiatra Carla também alerta para outros aspectos que podem alterar o quadro depois da ingestão do álcool. “Estar estressado, com problemas clínicos ou psiquiátricos predispõe a intensificação do álcool. Além disso, existem homens e mulheres que são mais fracos para o álcool. Muitas vezes, com uma dose pequena apresentam um nível de intoxicação maior que o esperado”, alerta. Getty Images Cabeça no lugar Mulheres x homens A maioria das mulheres se mostra mais frágil para os efeitos do álcool do que os homens. Isso se deve ao fator biológico: segundo explica Carla, a mulher tem o organismo menos preparado para o álcool. “As mulheres têm um corpo com mais gordura e menos água corporal. Nas células gordurosas, o álcool fica mais tempo depositado, tendo mais tempo para agir no organismo. A pouca água faz com que a metabolização e eliminação do álcool leve mais tempo e o corpo feminino fica mais vulnerável. Por isso, os homens aguentam um volume maior da bebida”, explica. Getty Images Mulheres x homens Reflexos Quem bebe geralmente mostra sinais perceptíveis: a pessoa fica mais descontraída, falante e extrovertida. Mas vale lembrar os sintomas intrínsecos que podem trazer prejuízos ao usuário e a quem está ao seu redor. “Uma dose de álcool já produz alteração do juízo crítico e do senso da percepção”, completa Carla. Getty Images Reflexos Riscos De acordo com Carla, “o álcool prejudica todos os sistemas e órgãos corporais”. Ela alerta: “acredito que o maior risco é aquele que pode atingir outras pessoas, causando danos ao usuário e a terceiros. Uma dose pequena já altera a capacidade cognitiva, motora e sensorial, assim como o juízo crítico”. Entre as principais consequências envolvidas com o consumo de álcool estão os acidentes de trânsito, as agressões domésticas, brigas e os danos à saúde, como problemas cardiocirculatórios, gástricos, renais, endocrinológicos e de saúde mental. “É importante ressaltar que esses problemas podem surgir com pequenas doses de bebida. Com doses excessivas é quase nula a chance de não ter problemas”, enfatiza Carla. Getty Images Riscos Recomendações Quando se fala em hábitos saudáveis e prevenção para uma maior qualidade de vida, as recomendações são enfáticas: “não ingerir bebidas alcoólicas”.Mas para quem não quer abrir mão dos brindes semanais, vale colocar o pé no freio. “Os riscos são menores com 4 doses até duas vezes na semana para homens e duas doses até duas vezes na semana para mulheres”, afirma Carla. Getty Images Recomendações Bafômetro O endurecimento da lei seca foi sancionado no final de 2012 e, a partir de agora, não será mais tolerada qualquer quantidade de álcool no sangue do condutor. Se encontrado qualquer percentual alcoólico o motorista será autuado administrativamente. A margem de tolerância para testes de bafômetro, que era de 0,10 mg por litro de ar, agora passa a ser 0,05 mg. A punição ao condutor é a infração gravíssima. A multa a ser paga é no valor de R$ 1.915,30 e, além disso, o condutor terá a habilitação recolhida, a retenção do veículo e não poderá dirigir por 12 meses mais especiais de saúde