PUBLICIDADE

Além de Chávez, Cuba atrai outras figuras pela discrição nos tratamentos

28 fev 2012 - 14h15
(atualizado às 14h15)
Compartilhar

A Cuba se transformou para o presidente venezuelano, Hugo Chávez, em uma "ilha-hospital" à prova de invasões de privacidade, onde o nível de seus profissionais médicos e a discrição atraíram em ocasiões anteriores outras personalidades interessadas em diferentes tratamentos.

Enquanto disparam as especulações sobre sua nova operação em Havana, Chávez permanece em Cuba sem que vaze detalhe algum sobre seu estado, na linha de secretismo habitual da ilha nestes casos.

Sem confirmação oficial, acredita-se que Chávez ingressou no prestigioso Centro de Pesquisas Médico-Cirúrgicas (Cimeq) da capital cubana, a julgar por imagens divulgadas em junho, na época de suas primeiras operações em Cuba quando o câncer foi detectado.

No vídeo, Chávez apareceu junto a Fidel Castro, os dois com roupas esportivas e em um ambiente que muitos identificaram com espaços do Cimeq.

Considerado o melhor e mais moderno hospital de Cuba, este centro começou a funcionar em 1982, faz parte do Sistema Nacional de Saúde da ilha e está situado no polo científico do oeste de Havana, no luxuoso bairro de Siboney.

Segundo informações do site, o Cimeq não é apenas um centro de assistência médica, mas também de ensino e pesquisa.

O presidente da Venezuela, de 57 anos, chegou a Cuba na sexta-feira, dia 24 de fevereiro e anunciou que esta semana seria operado do que denominou uma "lesão" de dois centímetros, com possibilidade de ser maligna, na mesma região onde tinha um tumor cancerígeno.

Trata-se da terceira intervenção em pouco mais de oito meses depois que em junho de 2011 ele foi operado com urgência em Havana por um "abscesso pélvico" e dias depois voltou à sala de cirurgia também em Cuba para extirpar um tumor cancerígeno na mesma região.

Desde então, ele esteve na ilha em outras cinco ocasiões para receber quimioterapia ou para exames médicos.

Hugo Chávez não é o primeiro presidente ou personalidade estrangeira que escolheu Cuba para se tratar uma doença, já que estiveram no país por outras doenças outros presidentes, astros do futebol como Diego Maradona e artistas como o dançarino espanhol Antonio Gades.

Diego Armando Maradona foi atendido desde janeiro de 2000 de dependência química na clínica internacional "La Pedrera", em Havana, enquanto na década de 90, Gades, cujos restos mortais repousam em Cuba, recebeu tratamento por uma doença na coluna vertebral em um hospital da ilha.

Outros pacientes ilustres da ilha foram a emblemática líder do Partido Comunista do Chile Gladys Marín, morta em 2005, que permaneceu durante vários meses em Cuba para se recuperar da operação de um tumor cerebral maligno à qual foi submetida na Suécia.

Marín recebeu em Havana um tratamento combinado de radioterapia com um remédio biotecnológico, Cimaher, produzido e registrado na ilha, recomendado para pacientes com tumores na cabeça e pescoço.

Entre os presidentes latino-americanos que se trataram na ilha recentemente estão o equatoriano Rafael Correa, que se submeteu em setembro de 2009 a uma cirurgia de joelho em Havana e retornou em fevereiro de 2010 para uma segunda operação no Complexo Científico Ortopédico Internacional Frank País.

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, viajou para Cuba em 2011 para se tratar de tendinite nos pés no hospital ortopédico "Frank País" enquanto ainda se encontrava em tratamento contra o câncer linfático detectado em 2010.

Em diferentes épocas, o atual presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, o ex-presidente dominicano Juan Bosch, e Marie Claude Préval Calvin, irmã e secretária privada do então presidente do Haiti, René Préval, também visitaram a ilha por razões de saúde.

EFE   
Compartilhar
Publicidade