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Associações espanholas apoiam contratação de médicos estrangeiros pelo Brasil

21 jul 2013 - 15h22
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As associações médicas da Espanha apoiam a contratação de profissionais do país por parte do Brasil, um programa lançado pela presidente Dilma Rousseff em resposta à onda de protestos por melhores serviços público, informou neste domingo a imprensa digital.

"O Brasil fez uma aposta interessante para salvar a saúde pública", disse Alberto López García-Franco, diretor técnico da Sociedade Espanhola de Medicina de Família e Comunitária (Semfyc), à edição digital do jornal "O Estado de São Paulo".

Em 8 de julho, Dilma anunciou seu plano de saúde pública "Mais Médicos", que permite a contratação de médicos estrangeiros para as periferias das grandes cidades e áreas remotas, sempre que no país não haja profissionais interessados nessas praças.

O novo plano, que tenta responder aos protestos, que entre outras reivindicações exigiram melhoras na saúde pública, incentivará a formação de novos médicos e incluirá a construção de hospitais em todas as regiões do país, embora tenha a rejeição de grande parte dos médicos locais.

López considerou que "para os países que enviarão médicos e para os próprios profissionais pode ser muito bom".

No entanto, o Brasil terá que se "empenhar para conquistar" os profissionais espanhóis, pois o "mercado europeu, formado pela Inglaterra, Escandinávia, França e Alemanha, é muito atrativo".

O Ministério da Sáude indicou que neste ano serão abertas 35 mil novas vagas para médicos nos centros de saúde pública de periferias e zonas do norte e nordeste, com salários de R$ 10 mil por mês.

De acordo com Fernando Rivas, membro do Conselho Geral dos Colégios Oficiais de Médicos (CGCOM) da Espanha, o salário oferecidos pelo Governo é vantajoso.

"Mas há outros assuntos, como a validação de diplomas, as dúvidas sobre o retorno, se contará ou não o tempo do trabalho (em termos de previdência social) e, principalmente, as condições de trabalho", alertou Rivas.

Segundo Rivas, a percepção da saúde pública no Brasil por parte da maioria dos médicos espanhóis é de "precariedade e pobreza, com falta de estrutura e de equipes".

"Mas para o médico que quer se inscrever é também um grande desafio", acrescentou.

A Sociedade Espanhola de Médicos de Atenção Primária (Semergen), segundo a informação, também se mostrou propício ao programa brasileiro, que já adiantou contatos com profissionais da Espanha, Portugal e Cuba para suprir a eventual falta de médicos locais.

Alguns dos candidatos espanhóis inscritos foram consultados pelo jornal "O Estado de São Paulo" e se queixaram da falta de informação da convocação e das garantias de segurança para trabalhar nos bairros pobres.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem hoje 1,8 médicos por mil habitantes, uma taxa que é de 3,7 no Uruguai, de 3,2 na Argentina e de 4 na Espanha.

EFE   
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