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Bactérias encontram rotas por implantes cirúrgicos para infectar pacientes

25 jun 2013 - 02h34
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Um grupo de cientistas australianos fez uma importante descoberta na luta contra as infecções hospitalares ao observar a propagação das bactérias através dos biofilmes viscosos que se formam nos implantes médicos, informou nesta terça-feira a imprensa local.

As bactérias constroem uma complexa rede de transporte utilizando ácido desoxirribonucleico (DNA) para marcar os caminhos sobre os biofilmes viscosos que se formam sobre os implantes, apontou o estudo liderado por Cynthia Whitchurch, microbióloga da Universidade de Tecnologia de Sydney.

"Seguindo umas às outras e obedecendo as regras, elas (as bactérias) podem movimentar-se com bastante eficiência através da rede", comentou Cynthia à emissora local "ABC".

Os biofilmes viscosos ajudam a tornar as bactérias mais resistentes aos antibióticos, assim como ao sistema imunológico do organismo humano.

"Provavelmente, a metade das infecções adquiridas nos hospitais se devem aos biofilmes que se formam nos implantes médicos, como os cateteres", comentou a microbióloga australiana.

Para estudar como se formam e se expandem os biofilmes em novas áreas de um organismo vivo, os pesquisadores focaram suas atenções no acompanhamento dos deslocamentos da bactéria Pseudomonas aeruginosa, comum nas infecções urinárias e respiratórias.

"Pela primeira vez podemos obter dados quantitativos dos movimentos celulares individuais durante o processo da expansão dos biofilmes", comentou Cynthia.

Assim, os pesquisadores observaram como as células se alinhavam de forma coordenada para marcar os caminhos e como construíram estes sulcos expulsando o DNA para organizar os deslocamentos.

Com a ajuda de microscópios de última geração, era possível ver "longos fios de DNA paralelos às bactérias", explicou a cientista.

Mas quando pesquisadores destruíram os caminhos de DNA com enzimas, notaram que o deslocamento das bactérias foi alterado.

"Elas começaram a agir como células individuais e terminaram em um engarrafamento e a taxa de expansão do biofilme se contraiu", acrescentou Cynthia.

Além disso, os cientistas descobriram que o DNA ajuda às bactérias a se manterem juntas para poderem fazer novos caminhos que permitam o deslocamento das outras.

"As bactérias não podem se movimentar de forma individual em novos territórios, elas têm que fazê-lo coletivamente", disse a cientista, após enfatizar que sua pesquisa vai contribuir para controlar a expansão das infecções bacteriológicas nos implantes médicos.

Uma das alternativas seria a de inserir pequenos sulcos nos implantes para limitar a expansão do biofilme viscoso e obrigar às bactérias a "se movimentarem em círculos inúteis, ao invés de deixá-las coordenarem seus movimentos sobre o aparelho", afirmou a microbióloga.

EFE   
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