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Corpo à prova de ressaca: veja o que fazer antes e depois de beber

20 jul 2012 - 12h21
(atualizado às 12h26)
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Pode não ser época de Carnaval nem de festas de final de ano, mas mesmo assim é possível escorregar e exagerar na bebida. Uma dose a mais e no dia seguinte lá está ela. Dor de cabeça, náuseas, vômitos, sede, tontura, indisposição e diarreia são alguns dos sintomas da ressaca. “Isso acontece porque o álcool, quando ingerido em excesso, é uma substância tóxica para o organismo”, explica o clínico geral Alex Botsaris.

A única forma de não ter ressaca é não beber demais, mas quem exagerou pode usar medidas simples para diminuir o desconforto
A única forma de não ter ressaca é não beber demais, mas quem exagerou pode usar medidas simples para diminuir o desconforto
Foto: Getty Images

Veja a receita do suco tira ressaca

Dificilmente todos os sintomas aparecem de uma vez, mas é raro alguém exagerar na bebida e não sentir nada no dia seguinte. “O álcool causa uma inflamação aguda no estômago e agride o fígado, gerando enjoo, vômito e mal estar. O sistema nervoso também é afetado, então surge a dor de cabeça”, conta Alfredo Salim Helito, clínico geral do Hospital Sírio-Libanês. A única forma de não ter nenhuma ressaca é não beber grandes quantidades, porém algumas medidas simples podem ajudar a melhorar os sintomas. Confira as dicas dos especialistas.

Invista em alimentos integrais

O álcool é corrosivo para a mucosa do estômago, por isso esse órgão precisa de uma atenção extra. “Arroz e pão integrais ajudam a proteger o estômago. Então, é ideal que sejam consumidos com frequência. Esses alimentos também ajudam a acelerar a recuperação depois que a pessoa bebeu”, defende o médico do Hospital São Camilo Sidney Federmann, especialista em alimentos funcionais.

Beba com estilo

A primeira orientação é fugir das bebidas de má qualidade, especialmente se forem destiladas. De acordo com Botsaris, os álcoois de cadeia média e aldeídos presentes nesse tipo de bebida aumentam muito a toxidade do álcool e causam mais danos ao fígado, cérebro e outros órgãos. “Nas bebidas de qualidade a parte inicial e final da destilação são separadas e descartadas. Quando uma pessoa ingere uma bebida mal destilada, ingere substâncias tóxicas que causam uma ressaca muito mais severa”, explica ele. Então, quando se trata de produtos má qualidade, os sintomas podem aparecer mesmo quando você ingere poucas quantidades.

Não misture

Essa máxima vale de verdade! Cada bebida alcoólica tem um processo de fermentação e utiliza substâncias diferentes. “Ao beber diversos tipos de bebidas você também está misturando esse tipo de substância”, afirma Helito.  Segundo Botsaris, isso pode potencializar o efeito negativo da bebida, mesmo quando a quantidade foi pequena. “Geralmente a toxidade é proporcional ao número de substâncias que a pessoa ingere. Por isso, quem mistura bebidas costuma passar mais mal e se recuperar mais lentamente”, justifica ele.

Invista em hidratação

A água é sua melhor amiga no combate à ressaca. “As moléculas de água formam complexos chamados de azeotropos com o álcool, que resulta num efeito como se as moléculas de álcool fossem sequestradas”, diz Botsaris. Outro benefício é que ela ajuda na eliminação do álcool pela urina. Segundo ele, o ideal é beber de 4 a 6 copos de água enquanto está consumindo quantidades de álcool maiores que as habituais. Consumir água imediatamente antes ou depois de beber também auxilia na redução da toxicidade do álcool. Isso significa que não adianta beber um litro de água antes de dormir. Se você não se hidratou durante a noite, a ressaca vai aparecer no dia seguinte.

Lembre-se que saco vazio não para em pé

“O que mais ajuda antes do primeiro gole é comer, em especial uma comida rica em amido e vegetais”, atesta Botsaris. Segundo Helito, quanto menos comida haver no organismo mais rápida e mais eficiente será a absorção de álcool, aumentando o mal estar. Em seguida é a vez de o fígado ser agredido. “O ideal é se alimentar também enquanto ingere álcool, especialmente alimentos com glicose. Além disso, é recomendável revezar a bebida alcóolica com outros líquidos como água ou refrigerante. Assim, a pessoa protege o organismo, elimina o etanol mais rapidamente e acaba bebendo menos”, recomenda Helito. Por isso, nunca beba de barriga vazia!

Atenção aos remédios

Alguns medicamentos são vendidos com a promessa de evitar a ressaca. Porém, isso não funciona bem assim. “Geralmente eles são remédios analgésicos, mas trabalham apenas para diminuir alguns sintomas, eles não evitam a agressão ao organismo”, explica Federmann. Os medicamentos com aspirina também não são uma boa, já que irritam o estômago e o intestino. “Além disso, a duração do efeito da aspirina é de quatro horas, assim quando a pessoa precisa do efeito analgésico, ela já cessou”, complementa Botsaris. Outro alerta feito por Helito é em relação aos produtos que prometem proteger o fígado quando ingeridos no dia seguinte à bebedeira, pois eles também são capazes apenas de diminuir sintomas.

Agora, quando o assunto é a dor de cabeça no dia seguinte alguns medicamentos podem ajudar. Porém, isso também exige cuidados, já que esses remédios agridem o estômago e fígado. “A dipirona associada à cafeína é a melhor opção para a dor de cabeça da ressaca, em minha opinião, desde que a pessoa não esteja com vômitos ou dor abdominal”, afirma Botsaris. Para Helito, o ideal é descobrir maneiras mais naturais para se sentir melhor. “Se você tomar um remédio para dor de cabeça, um protetor gástrico e um para enjoo vai se sentir melhor, mas isso não é muito positivo para seu organismo”, defende ele.

Cuidado com o vinho

Sabe aquela história de que vinho dá dor de cabeça no dia seguinte? É verdade, em partes. Segundo Botsaris, muitos vinhos, especialmente os de má qualidade, usam nitratos como conservantes. “Eles se transformam em óxido nítrico no corpo, que potencializa os efeitos do álcool sobre o sistema nervoso e aumenta a dilatação dos vasos das meninges (membranas que envolvem o cérebro). Isso explica porque esse tipo de bebida causa muita dor de cabeça”, diz.

Evite gordura e ingira doces

Como a bebida agride o estômago ele deverá estar mais sensível no dia seguinte. Por isso, o médico aconselha que se evite alimentos pesados, gordurosos e com tempero forte. Segundo Federmann, também é aconselhável ficar longe de bebidas e alimentos ácidos, como suco de laranja, que podem piorar ainda mais a queimação e o enjoo. Já a dica de alimentação logo depois da bebedeira é comer doces (carboidratos simples). “Quando a pessoa bebe a glicemia abaixa, e essa é uma das causas da ressaca e do mal estar. Esse tipo de carboidrato restaura a glicose no sangue e recupera o glicogênio do fígado, assim a recuperação fica mais rápida”, garante Botsaris.

Descanse

Um dos sintomas da ressaca é moleza e para evitá-la é preciso dormir adequadamente. “Repouso é fundamental para se recuperar de qualquer condição que comprometa sua saúde”, defende Botsaris. Então, procure descansar em um lugar escuro para que seu sono seja reparador de fato.

Tome um bom chá

Caso não tenha seguido nenhuma das recomendações para evitar a ressaca, ainda há uma forma de aliviar seus sintomas. Várias plantas medicinais são conhecidas por ajudar a combater esse mal estar, basta escolher o chá certo para você. Segundo Botsaris, algumas ervas atuam no fígado e ajudam na eliminação do álcool pela urina. “As principais são o boldo falso (Plectrantus barbatus) e a carqueja (Bacharis trimera). Ambas podem ser usadas preventivamente, para reduzir os efeitos da ressaca, e curativamente, para ajudar na recuperação rápida. Em geral, uma colher de sopa da planta seca para 150 ml de água fervente são suficientes para fazer o chá”, ensina ele.

Escolha a bebida certa para seu sintoma

Além de ingerir cerca de um litro e maio de água no dia seguinte, você ainda pode contar com outros tipos de líquidos para ajuda-lo a se recompor. Segundo Botsaris, o leite frio, por exemplo, pode ajudar a aliviar dores de estômago causadas pelo álcool. Já o café e refrigerantes com cafeína têm poder estimulante, reduzindo a sensação de fadiga e também auxilia na diminuição da dor de cabeça. “Essas bebidas podem ajudar, mas depende da pessoa, pois às vezes podem piorar a gastrite”, ressalta Helito. Como o álcool é diurético é normal que no dia seguinte você se sinta desidratado. “Bebidas isotônicas e a água de coco podem ajudar, pois possuem potássio, glicose e minerais”, diz Helito.

Fique longe do cigarro

Geralmente os fumantes costumam aumentar ainda mais o consumo de cigarros quando estão bebendo. Segundo Federmann, isso ocorre porque a bebida alcóolica pode deprimir a pessoa, enquanto o cigarro tem efeito estimulante. No entanto, esse hábito pode reforçar sintomas da ressaca, já que você está intoxicando seu corpo duas vezes. “Essa mistura é muito perigosa, pois é uma das principais causas de câncer de esôfago”, alerta Federmann.

Esqueça a dose do dia seguinte

Já ouviu falar que a melhor coisa para curar a ressaca é uma dose no dia seguinte? Cuidado! “Se isso de fato funcionar é sinal de que a pessoa está se tornando um alcoólatra. Quem cura ressaca bebendo é porque precisa disso para reduzir o mal estar da abstinência”, justifica Botsaris.

Fonte: Terra
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