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Dor durante o sexo? Tire 17 dúvidas sobre vaginismo

O vaginismo tem fundo emocional relacionado à educação rígida, tabus e medos desenvolvidos durante a infância e a adolescência

16 jan 2015 - 11h22
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Já ouviu falar de vaginismo? Sabe exatamente o que é? O problema feminino é uma das causas de dor no ato sexual, que pode influenciar muito na vida do casal e, consequentemente, na vida reprodutiva. Para tirar dúvidas sobre causas, tratamento e possibilidade de cura, o Terra reuniu informações do ginecologista Eliseu Tirado, do Hospital Bandeirantes; da ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana Ana Lúcia Beltrame; e do ginecologista Fabio Laginha, da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho. Confira:

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O que é vaginismo?

Vaginismo é a contração involuntária dos músculos ao redor do orifício da vagina, causando dor, dificuldade e até impossibilidade de manter relação sexual, sem causa física, como explicou o ginecologista Tirado.

Foto: iStock

Quais são os sintomas de vaginismo?

“Contração involuntária dos músculos perineais (do assoalho pélvico), dificultando ou impedindo a relação sexual, dor na penetração, dificuldade em manipular a região genital”, listou a ginecologista Ana Lúcia.

O vaginismo está presente desde a primeira relação sexual ou é algo que se adquire?

O vaginismo pode acontecer desde a primeira relação sexual ou ser adquirido posteriormente. “O vaginismo primário, quando ocorre desde o início da vida sexual, está mais relacionado a um mecanismo psicossomático e, o secundário, que acontece depois de um período de relações normal, a uma experiência negativa real ou imaginária”, comentou o ginecologista Tirado.

Quais são as causas do vaginismo?

As causas não estão bem estabelecidas, mas provavelmente são multifatoriais. “Normalmente, está relacionado a questões emocionais e psicológicas decorrentes de tabus, educação rígida ou uma experiência sexual ruim”, informou a ginecologista Ana Lúcia.

Como é feito o diagnóstico do vaginismo?

“O diagnóstico do vaginismo é feito pelo histórico do paciente, exame clínico e por exames de imagem, se necessário, para afastar algum problema orgânico”, disse o ginecologista Tirado. “Devem ser excluídas outras causas de dispareunia (dor relacionada ao ato sexual), como endometriose, infecções vaginais e atrofia vaginal”, comentou a ginecologista Ana Lúcia.

Existe cura para o vaginismo?

Sim. Se seguir o tratamento, é possível alcançar a cura do problema. “Vejo como uma grande oportunidade de melhorar a comunicação, aproximação do casal”, comentou o ginecologista Laginha. 

Foto: iStock

Como é o tratamento do vaginismo? Quanto tempo dura?

O tratamento é multidisciplinar e pode envolver terapia sexual, fisioterapia com exercícios perineais, psicoterapia. “Alguns medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos, bem como uso de toxina botulínica e géis anestésicos, podem ser usados no auxilio da terapia”, completou a ginecologista Ana Lúcia.

Terapia sexual é fundamental no tratamento de vaginismo?

Sim, a terapia sexual (exercícios e psicoterapia) é fundamental para orientar o casal. “O vaginismo não acontece apenas com a mulher, mas afeta o casal, portanto, sempre que possível, a abordagem deve ser feita em conjunto”, disse o ginecologista Laginha.

Como a toxina botulínica pode ajudar no tratamento?

A toxina botulínica pode auxiliar no processo porque impede a contração muscular. “Ela é aplicada nos músculos perineais envolvidos na anatomia vaginal. A aplicação é normalmente feita a cada seis meses, mas é importante salientar que o resultado do tratamento depende também de um acompanhamento psicológico e terapia sexual”, comentou a ginecologista Ana Lúcia.

Quais são as complicações do vaginismo?

“Dor local, mas que não se compara com a dor psicológica, medo, culpa e baixa autoestima. É uma perda emocional muito grande”, respondeu o ginecologista Laginha. “O vaginismo pode influenciar muito na vida sexual do casal e consequentemente na vida reprodutiva, já que as mulheres portadoras dessa condição não conseguem ter relação sexual”, completou a ginecologista Ana Lúcia.

É possível prevenir o vaginismo?

Sim. “O vaginismo, na grande parte das vezes, tem um fundo emocional muito importante relacionado à educação rígida, tabus e medos desenvolvidos durante a infância e a adolescência. Uma educação sexual saudável pode, muitas vezes, prevenir a doença”, explicou a médica Ana Lúcia.

Foto: iStock

Qual parcela das mulheres sofre de vaginismo?

“É muito difícil estimar essa queixa, pois as mulheres não falam e os médicos não perguntam. Estima-se que, em clínicas especializadas em disfunções sexuais, 5% a 42% dos tratamentos são por vaginismo”, comentou Laginha. “É uma condição rara. Cerca de 1% a 5% da população feminina pode apresentar essa doença”, comentou Ana Lúcia.

Vaginismo impossibilita ou atrapalha engravidar?

Sim, porque, em grande parte das vezes, a mulher não consegue manter relações sexuais, comentou Ana Lúcia. “Nessas situações, algumas recorrem a tratamentos de reprodução assistida”, completou a médica.

Como o parceiro pode ajudar quando a mulher tem vaginismo?

O parceiro deve participar do processo terapêutico, como informou Ana Lúcia. “Cabe ao parceiro melhorar a autoestima, relacionamento, ajudando no conhecimento do corpo e nos exercícios”, disse o ginecologista Laginha.

A masturbação ajuda a mulher com vaginismo?

Sim, “porque, por meio do toque e da masturbação, a mulher conhece mais seu próprio corpo, partes que lhe dão maior prazer”, afirmou a ginecologista Ana Lúcia. “Tanto para os homens como para as mulheres, a masturbação é um momento de autoconhecimento e faz parte do desenvolvimento da sexualidade”, comentou Laginha.

Vaginismo leva à falta de orgasmo?

O vaginismo necessariamente não leva à falta de orgasmo, como informou o ginecologista Laginha. “Muitos casais conseguem relações prazerosas com orgasmo, mas sem penetração”, completou o médico.

Dor no ato sexual pode estar ligada a quais outros problemas além do vaginismo?

“Existem inúmeras causas de dispareunia (dor relacionada ao ato sexual), como infecções, atrofia, malformações, falta de lubrificação, problemas urinários, intestinais e ginecológicos”, afirmou o ginecologista Tirado.

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Fonte: Ponto a Ponto Ideias Ponto a Ponto Ideias
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