"Tenda quente" promete ser inovação no combate à depressão
Um grupo de médicos criou uma espécie de "tenda quente", que acreditam ser um bom recurso para combater a depressão. O paciente deita dentro da tenda, com a cabeça para fora, enquanto a temperatura do corpo começa a aumentar. A novidade promete impulsionar a liberação de uma substância química fundamental para o humor. As informações são do jornal britânico Daily Mail.
Alguns pequenos estudos têm mostrado inclusive que a melhora do humor pode durar por muitas semanas depois do tratamento. Agora, um estudo clínico maior está em andamento. O novo tratamento, conhecido como aquecimento do corpo ou hipertermia, foi desenvolvido depois de alguns relatos que sugerem que pacientes com depressão se sentem melhor após fazer sauna. O time, da University of Arizona, desenvolveu uma tenda pequena com aquecedores que ficam acima da parte superior do corpo.
As paredes da tenda são cobertas com refletores de prata que retêm o calor pelo corpo. O paciente deita na tenda e fica por duas horas, tempo em que a temperatura do corpo sobe dos normais 37° para 38,5°. Durante a pesquisa, 30 pacientes com depressão foram submetidos aos experimentos. Metade deles deitou na tenda, enquanto o outro grupo foi tratado com um tratamento placebo, onde deitavam na tenda, mas não tinham o corpo aquecido. Todos os pacientes tiveram que responder questionários dias antes e depois do tratamento, e seriam monitorados em um total de sete semanas.
Embora exista uma ampla gama de tratamentos para este problema, de medicamentos a terapias, algumas pacientes lutam para lidar com a doença. De acordo com os pesquisadores que conduzem este estudo, apenas metade dos pacientes com depressão profundda se recuperam em menos de 12 semanas, e um em cada cinco não apresentam respostas positivas aos tratamentos disponíveis.
Outros benefícios
Estudos anteriores mostram que essa condição pode trazer benefícios para o cérebro e para o corpo. Em um estudo da University of Wisconsin, pacientes foram submetidos a um aquecimento corporal por 72 horas como parte de um tratamento para o câncer - acredita-se que o calor pode tornar o tratamento da doença mais eficaz, fazendo as células cancerígenas se tornarem mais sensíveis à cromoterapia.
Os cientistas envolvidos disseram que o aumento da temperatura corporal pode produzir um aumento de uma substância chamada beta-endorfina. Elas são moléculas analgésicas naturais, responsáveis por trazer a sensação de bem-estar depois de um exercício físico intenso.
Elas são lançadas no corpo quando ele está estressado, mas também afeta o humor - estudos mostram que elas melhoram a autoestima e aliviam a aflição emocional. Outros estudos da mesma universidade mostraram que os níveis de beta-endorfina aumentam em voluntários que tiveram sua temperatura corporal elevada da 39°.
