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Blogueira com síndrome rara posta fotos de comidas que melhoram sua saúde

30 set 2014 - 12h23
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Por que uma jovem doente crônica trocou medicamentos por uma restrita dieta baseada em plantas.

Como milhões de outros ao redor do mundo, Natasha Lipman posta no Instagram fotos da comida que ela come. Mas, no lugar de tortas e de jantares caros, ela fotografa seu suco verde da manhã e tira-gostos saudáveis.

Dezesseis mil seguidores observam os progressos diários da londrina de 25 anos, à medida que ela tenta manter uma dieta de frutas, vegetais, sementes, grãos e nozes.

Ela entrou inicialmente no Instagram para manter uma espécie de diário visual de sua dieta, mas afirma que o sucesso no site deve-se a mais do que fotos de comidas intrigantes, vitaminas e panquecas de chocolate não processado.

"Estou especificamente compartilhando o dia-a-dia de uma história de uso da comida como cura, e os altos e baixos de uma vida com uma doença crônica".

Nascida com a Síndrome de Elhers-Danlos, uma deficiência hereditária do tecido conjuntivo, Natasha está exposta a deslocamentos regulares de suas juntas. No ano passado, no entanto, ela desenvovleu duas condições crônicas adicionais, uma Síndrome de Taquicardia Postural Ortostática, que impede o corpo de se regular e uma intolerância à histamina que provoca alergias a alimentos como o tomate.

'Efeitos colaterais'

"Comecei a ficar tonta, desorientada, com o peito apertado e constantemente enjoada", ela escreveu em um artigo no Huffington Post sobre seus sintomas. "Não conseguia comer meia banana sem sentir que iria morrer e necessitava de dias para me recuperar, rolando na cama em agonia". Ela parou de trabalhar e se trancou em casa.

Os remédios que tomou também não fizeram efeito, ela conta, e provocaram "desconfortáveis efeitos colaterais que os médios jamais tinham ouvido falar". Uma droga fez com que ela sentisse como se sua pele estivesse sendo fatiada, outras, causaram alucinação.

No dia 1 de Janeiro de 2014, após inúmeras complicações, Natasha começou a questionar o papel da comida em sua condição.

"Comida natural tem que ser boa para mim", ela decidiu, depois de meses pesquisando na internet. "Vou cortar todas as porcarias e ver o que acontece". Ela parou de comer carne, laticínios, glutem, açúcar refinado e todas as comidas processadas em favor de comidas baseada em plantas, particularmente gengibre, que tem propriedades curativas e analgésicas.

Sem medicamentos

Meses depois, Natasha diz que melhorou tanto que ela já poderia trabalhar em tempo integral de casa, e comer pratos cheios sem complicações.

Mas, enquanto alguns seguidores no Instagram tentam forçá-la a hábitos como dietas de comida crua, Natasha diz que a pregação sobre algumas dietas é perigosa.

"Eu não tento nada sem pesquisa e tentativas em mim mesma", diz. "E jamais diria a qualquer pessoa que existe apenas um modo. Só porque leu alguns de meus posts não significa que eles entenderam minha condição e as complicadas reações químicas que são únicas em cada um de nós".

À medida que se sentia melhor, Natasha foi reduzindo a medicação e, a despeito de poucas recaídas, ela agora não usa remédio. Mas a blogueira se mostra disposta a reforçar que isso é uma jornada pessoal e não quer que outros doentes parem de tomar remédios. "Medicamentos ajudam muita gente. Em algum ponto no ano passado eu não seria capaz de levantar se não fossem os remédios. Naquele momento, era o que eu precisava".

Natasha afirma que muita gente acha sua dieta "estranha", então fazer amigos no Instagram foi uma das melhores coisas que poderiam acontecer. "E eu parei de incomodar a minha família com o papo de comida o dia todo".

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