Confira o teor alcoólico de várias cervejas e descubra quais possuem o menor teor, de aproximadamente 3,5% até as com maior teor, chegando a 60%. Juliana Crem Em 1516, o duque Guilherme IV da Baviera (Alemanha) assinou a Reinheitsgebot, mais conhecida como a lei da pureza alemã, que determinava que a cerveja deveria ser feita única e exclusivamente com água, malte, levedura e lúpulo, garantindo a qualidade da bebida desde então. Embora ela seja constituída de ingredientes tão simples, seu teor alcoólico é bastante variável e é resultado do processo de fermentação. “O álcool é produzido pelas leveduras, que convertem os açúcares fermentáveis em álcool e gás carbônico, entre outros compostos. Quanto maior o teor alcoólico desejado, maior será a quantidade de açúcares que teremos que disponibilizar para as leveduras no mosto cervejeiro. Ou seja, será preciso aumentar a quantidade de matéria-prima utilizada e, por isso, as cervejas mais alcoólicas são também as mais caras”, explicou Tatiana Spogis, sommelière de Cervejas da Doemens/Senac, Membro da Federeção Internacional de Sommeliers de Cervejas e da Cobracem, Gerente de Marketing & Treinamentos da Bier & Wein Importadora e docente do Senac SP. O tipo de levedura utilizada, o uso de açúcares e adjuntos, o grau de conversão em álcool, a temperatura de fermentação, entre outros fatores, afetam a graduação alcoólica da bebida. Tatiana explicou que as leveduras do tipo Lager, de baixa fermentação, são sensíveis e não conseguem obter teores alcoólicos muito altos. “Nesta família de cervejas a Eggenberg Samichlaus, produzida uma única vez ao ano, foi citada pelo Guinness Book of Records como a Lager mais forte do mundo com 14% de álcool”, citou. As cervejas do tipo Ale, de alta fermentação, conseguem ser mais alcoólicas e há uma disputa entre diversas cervejarias internacionais para produzir a cerveja mais alcoólica do mundo. Até o presente momento, a holandesa Start the Future, da Browerij Het Koelschip, é a “campeã”, com 60%, seguida da The End of the History, da escocesa BrewDog, com 50%. “As cervejarias Schorschbräu, da Alemanha, e a BrewDog são as mais famosas nessa competição, mas também ganha destaque a americana Samuel Adams, que faz o rótulo Utopias, com 27% de álcool e valores proibitivos”, disse Tatiana. Para comparação, basta lembrarmos que a maioria das cervejas industriais que encontramos nas gôndolas dos supermercados têm entre 4,5 e 5,5% de álcool, sendo que alguns estilos, como Bock, Barley Wine, Imperial Stout etc têm entre 7 e 14%. O teor alcoólico pode ser medido tanto pela diferença entre o extrato original e final da cerveja (quantidades de substâncias sólidas do mosto) ou pela destilação do álcool de uma pequena amostra da bebida pronta. ”Em relação ao serviço, a dica é simples: quanto mais alcoólica a cerveja, mais elevada a temperatura e menor a taça”, disse Tatiana, que exemplificou: “enquanto uma Pilsen é servida entre 3 e 6°C, uma Strong Ale deve estar acima de 8°C”. A sommelière de cervejas Carolina Oda, da capital paulista, contou que as cervejas mais alcoólicas combinam com alimentos fortes, que dão a sensação de aquecimento, como queijos gordurosos, sobremesas como tiramissú, creme brulée e brownie, chocolates, frutas secas e charutos. mais especiais de saúde