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China registra primeira possível transmissão entre humanos de H7N9

6 ago 2013 - 20h25
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Cientistas chineses anunciaram a primeira "provável" transmissão do vírus da gripe das aves H7N9 entre humanos em um estudo que será publicado nesta quarta-feira na revista médica British Medical Journal (BMJ).

Depois da identificação do vírus no inverno passado, 132 casos confirmados de infecção pelo H7N9 foram contabilizados na China, dos quais 43 levaram à morte, segundo o último balanço atualizado no final de junho.

Até agora, nenhuma transmissão de pessoa a pessoa e, portanto, suscetível de provocar uma pandemia, tinha sido registrada com o vírus que contamina as aves de criação, sem deixá-las doentes.

Mas segundo os cientistas do Centro de Controle de Doenças da província de Jiangsu, o vírus poderia ter sido transmitido pela primeira vez de pai para filha no leste da China, em março passado.

O pai, de 60 anos, que frequentava um mercado de aves com regularidade, tinha sido infectado pelo vírus e hospitalizado em 11 de março.

Seis dias depois do último contato com o pai, a filha, de 32 anos, que nunca tinha sido exposta à aves de criação vivas, também caiu doente.

Hospitalizada em 28 de março, ela faleceu em 24 de abril de falência de múltiplos órgãos, e o pai morreu da mesma complicação em 4 de maio.

Segundo o estudo, duas cepas virais quase idênticas geneticamente foram isoladas nos dois doentes, sugerindo uma transmissão do pai para a filha.

Mas os pesquisadores chineses reconheceram que a infecção foi "limitada e não duradoura porque não houve uma epidemia depois destes dois casos".

Quarenta e três pessoas que tiveram contato com os dois doentes foram submetidas a testes, das quais apenas uma, um genro, apresentou uma versão branda da infecção.

Em um comentário adjunto ao artigo, James Rudge e Richard Coker, dois pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, baseados em Bangcoc (Tailândia,) revelaram que uma transmissão inter-humana limitada do vírus H7N9 "não é uma surpresa", porém acrescentaram que isto "não significa necessariamente que o vírus vá ser transmitido de forma duradoura entre humanos".

Um estudo publicado em maio na revista americana Science já tinha assinalado que a gripe H7N9 era transmissível entre mamíferos, sobretudo entre furões, e não excluiu que pudesse sê-lo entre humanos em algumas circunstâncias.

Segundo outro estudo publicado na revista The Lancet por um grupo de cientistas de Pequim e de Hong Kong, a gripe H7N9 poderia voltar a aparecer no outono do hemisfério norte, após ter dado uma trégua no verão.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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