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Cientistas descobrem método que pode levar a vacina universal contra o câncer

1 jun 2016 - 18h48
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Cientistas alemães deram um importante passo para criar uma vacina universal contra o câncer, graças a uma técnica que instrui o sistema imunológico a atacar os tumores, de acordo com um trabalho publicado nesta quarta-feira pela revista britânica "Nature".

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Mainz, na Alemanha, utilizou nanopartículas que contêm RNA de um tumor para simular a invasão de um patogênico na corrente sanguínea e desencadear uma resposta autoimune.

Quando essas partículas entram em contato com o tecido linfático, um componente essencial do sistema imunológico, ativam os mecanismos de defesa frequentes, que dispõem de células como as dendríticas, para combater os organismos invasores.

A "Nature" ressaltou que os pesquisadores alemães conseguiram induzir respostas contra os tumores em ratos e, em uma primeira fase experimental, também em humanos, em três pacientes com melanoma.

"O trabalho provavelmente representa um passo adiante em direção a uma vacina universal para o câncer", disse a revista.

Os cientistas encontraram até agora dificuldades para descobrir mecanismos efetivos de vacinação porque as células cancerígenas são similares, em muitos aspectos, às normais. Por isso, o sistema imunológico se confunde e evita atacá-las.

Uma resposta defensiva eficiente só ocorre quando as células cancerígenas produzem antígenos - substâncias que fomentam a criação de anticorpos - diferentes aos das células saudáveis.

Outro dos fatores que freia a resposta imune ao câncer é que o crescimento dos tumores não é acompanhado de sinais inflamatórios importantes, como os que ocorrem durante uma infecção por bactérias, por exemplo, que disparam a resposta autoimune.

Por esses motivos, o sistema imunológico em algumas ocasiões tolera, ou inclusive promove a formação de tumores.

Em artigo que acompanha o trabalho dos alemães, Jolanda de Viers, do Centro Médico Universitário de Radboud (Holanda), afirma que o grupo de cientistas de Mainz, liderado por Ugur Sahin, adotou perspectiva "diferente" para as pesquisas realizadas até agora.

Os pesquisadores criaram nanopartículas nas quais os fragmentos de RNA estão cobertos de uma camada de lipídios, similares a uma membrana celular, para protegê-los.

Ao estabelecer uma carga elétrica negativa nessas partículas, os cientistas conseguem que elas sejam atraídas pelas células dendríticas, que, por sua vez, descobrem um antígeno específico contra o tumor cancerígeno.

Os pesquisadores alemães acreditam que qualquer antígeno baseado em uma proteína pode estar codificado no RNA. Por isso, consideram que essa técnica pode ser utilizada para criar vacinas contra qualquer tipo de câncer.

EFE   
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