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Cientistas querem infectar aedes com bactéria anti-zika

18 fev 2016 - 20h07
(atualizado em 19/2/2016 às 07h37)
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Um grupo de cientistas propõe infectar o mosquito transmissor do zika, o Aedes aegypti, com uma bactéria que o tornaria resistente ao vírus, à dengue e à chicungunha, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira na revista "PLOS Pathogens".

A bactéria "Wolbachia" infecta de maneira natural muitas espécies de insetos, mas não o Aedes aegypti. Ao introduzir a bactéria em um mosquito, o inseto passa a ser resistente a esses três vírus, por isso este método poderia reduzir o número de contágios humanos e levar à eliminação local desse problema.

Os pesquisadores Cameron Simmons, da Universidade de Melbourne (Austrália), e Scott O'Neill, da Universidade Monash (Austrália), estão testando a proposta com trabalhos de campo.

Um dos temores dos especialistas é que os vírus mutem, desenvolvam resistência à bactéria e possam se transmitir inclusive em mosquitos Aedes aegypti infectados com Wolbachia.

Isso poderia ser evitado aumentando o número ou o tipo de parasitas Wolbachia nas células-hóspede, ou seja, provocar uma "superinfecção" ao injetar uma nova cepa bacteriana em mosquitos que já têm uma.

Os pesquisadores permitiram aos mosquitos com a "superinfecção" picar voluntários doentes de dengue e determinaram que tinham menos conteúdo do vírus em suas glândulas salivares. Esse resultado sugere que esses mosquitos podem ter menos probabilidades de transmitir o vírus ao picar uma pessoa.

As técnicas para reduzir os contágios são de especial interesse neste momento em que o zika está catalogado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma emergência de saúde internacional.

Foto: Getty Images
EFE   
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