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Cílios gigantescos? Estudo aponta tamanho ideal dos fios

Cílios postiços representam um problema, a menos que mantenham o mesmo comprimento dos naturais, avaliam os pesquisadores

3 mar 2015 - 07h50
(atualizado às 11h40)
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<p>A proporção garante que os fios cumpram sua verdadeira função: manter os olhos úmidos</p>
A proporção garante que os fios cumpram sua verdadeira função: manter os olhos úmidos
Foto: BBC Mundo / Getty Images

Muitos diriam que quanto maiores, melhor: afinal, eles realçam a cor dos olhos e tornam o olhar mais penetrante. No entanto, os cílios perfeitos devem ter o equivalente a um terço da largura do olho, segundo um recente estudo desenvolvido por cientistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos.

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A proporção garante que os fios cumpram sua verdadeira função: manter os olhos úmidos. A descoberta foi publicada na revista científica Journal of the Royal Society Interface.

Mecanismo

Após medir o comprimento dos cílios de vários mamíferos – 22 no total, incluindo girafas, ouriços e seres humanos ─ os cientistas notaram que a proporção (um terço da largura do olho) se manteve em todos eles. "A única exceção é o elefante que não sabemos por que têm cílios tão grandes", afirmou Guillermo J. Amador, principal autor do estudo, à BBC Mundo.

A pesquisa não contradiz o que já se sabia sobre o papel dos cílios ─ manter o olho limpo -, mas acrescenta informações para explicar esse mecanismo.

As estruturas não só fazem com que os olhos se fechem para evitar a entrada de poeira, como "interagem com o ar para manter a umidade", afirmou Amador. "Os cílios formam uma barreira que controla o fluxo de ar e a velocidade de evaporação na superfície da córnea", acrescentou o cientista.

<p>Para comparar a funçãod os cílios, foram estudados diversos mamíferos</p>
Para comparar a funçãod os cílios, foram estudados diversos mamíferos
Foto: BBC Mundo / Guillermo Amador e David Hu
Cílios postiços

Para chegar à conclusão sobre o tamanho dos cílios "perfeitos", os pesquisadores criaram uma espécie de olho artificial e o colocaram em um túnel de vento para analisar diferentes reações.

Eles também descobriram que quando os cílios excediam a proporção considerada ideal, o ar e sua molécula se dirigiam ao interior do olho, provocando uma evaporação mais rápida da lágrima.

Neste sentido, cílios postiços, que parecem ter voltado à moda, representam um problema, a menos que mantenham o mesmo comprimento dos cílios naturais, avaliam os pesquisadores.

A densidade - quantos cílios o olho possui - também influencia, mas não da mesma forma que o comprimento. E, nesse contexto, nota-se a influência do meio ambiente. "Por exemplo, os cílios dos camelos, que vivem no deserto, onde há muita poeira, têm uma densidade muito maior do que a de outros animais."

No caso dos ratos, que, dependendo do ambiente, precisam que seus olhos recebam mais luz, a proporção é mantida, mas a densidade é mais baixa, assinala Amador.

Os pesquisadores acreditam que o estudo pode servir para desenvolver tecnologias de proteção para lentes das câmeras ou sensores.

O resultado do estudo "também pode ser aplicado no caso dos painéis solares, acrescentando nessas estruturas um tipo de cílio postiço. O mesmo vale para qualquer superfície que precise ser mantida limpa, mas permitindo a passagem da luz", explica Amador.

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