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Crise global está ligada a 260 mil mortes por câncer, segundo "The Lancet"

25 mai 2016 - 20h24
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A crise econômica global está ligada a mais de 260 mil mortes adicionais por câncer em países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) desde 2010, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira pela revista científica "The Lancet".

O aumento do desemprego e as reduções de orçamento nos sistemas públicos de saúde são as principais fatores analisados pelo trabalho, elaborado por universidades britânicas e americanas.

"O câncer é uma das principais causas de morte em nível global, portanto compreender como as mudanças econômicas afetam a sobrevivência é crucial", afirmou em comunicado Mahiben Maruthappu, do Imperial College de Londres e autor principal do trabalho.

"Detectamos que um aumento do desemprego está associado com uma maior mortalidade oncológica", acrescentou o pesquisador, que apontou que uma cobertura de saúde universal "protege contra esses efeitos indesejados", especialmente em cânceres tratáveis como o de peito, próstata e colorretal.

O estudo usou dados do Banco Mundial (BM) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para estabelecer o vínculo entre desemprego, gasto com saúde pública e mortalidade oncológica.

Pesquisadores de Harvard (Estados Unidos), Universidade de Oxford, Imperial College e King's College (Reino Unido) utilizaram informações de mais de 2 bilhões de pessoas.

Os autores apontam que a associação entre desemprego e aumento da mortalidade é mais forte para cânceres tratáveis - aqueles com níveis de sobrevivência acima de 50%.

Um aumento de 1% do desemprego foi associado a 0,37 morte adicional em qualquer tipo de câncer por cada 100 mil pessoas.

O estudo detalha ainda que uma diminuição de 1% com relação ao PIB do gasto público com saúde está associada com 0,0053 morte adicional por câncer em cada 100 mil pessoas.

"Em países sem cobertura de saúde universal, o acesso a cuidados médicos está garantido em muitas ocasiões como um pacote laboral. Se não tiverem emprego, os pacientes podem ser diagnosticados tarde e terão tratamentos pobres", afirmou Rifaat Atun, professor da Universidade de Harvard.

EFE   
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