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Cruz Vermelha aumenta orçamento em 25% para 2015 devido a conflitos

27 nov 2014 - 12h11
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Para dar conta da multiplicação de conflitos pelo mundo, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou nesta quinta-feira um aumento de 25% no orçamento para 2015 em relação ao que foi previsto para este ano.

O presidente da organização, Peter Maurer, apresentou um orçamento que chega a 1.260 bilhões de euros, número 25% superior ao orçamento inicial deste ano e 14% maior que as despesas reais da instituição. Os valores estipulados pelo CICV para 2015 são os maiores já apresentados pela organização.

Ao longo deste ano, o CICV apresentou aos doadores pedidos extraordinários de fundos para estender operações e atender as vítimas dos conflitos na Síria e nos países vizinhos que receberam mais de três milhões de refugiados sírios, como Sudão do Sul, República Centro-Africana, Iraque, Gaza e Ucrânia.

Além disso, também foi pedida uma extensão orçamentária a favor dos afetados do terremoto nas Filipinas.

"Estamos presenciando novos tipos de crise, novas combinações, constantemente de natureza regional. Já não estamos simplesmente diante do tradicional conflito interno ou internacional", declarou Maurer em entrevista coletiva.

O presidente da organização acrescentou que, no atual contexto de crise, o grande desafio é ganhar mais acesso e proximidade a um maior número de pessoas que precisam de ajuda. A Síria continuará como a maior operação humanitária do CICV no ano que vem.

Em ordem de importância, dentro do orçamento, estão as emergências no Sudão do Sul, Afeganistão, Iraque, Somália, República Democrática do Congo, os territórios palestinos ocupados e Israel, Mali, República Centro-Africana e Ucrânia.

Dessa lista, Maurer lamentou que alguns conflitos recebam uma grande atenção midiática e bom financiamento, enquanto outros ficam na categoria de "esquecidos", como ocorre com Afeganistão, República Democrática do Congo e Somália.

"Uma grande dificuldade atualmente é a volatilidade da percepção. Todo o mundo focou em Gaza por seis semanas (durante a última ofensiva militar israelense) e todos estavam entusiasmados pela reconstrução, mas agora se algum pedir não há mais dinheiro, nem organizações que se encarreguem, nem consenso político", comentou o presidente do CICV.

Maurer pontuou que uma das prioridades da instituição é aumentar as atividades na área de atendimento médico, principalmente em cirurgias, para os feridos de conflitos; e de serviços de saúde para os presos e incapacitados em centros de reabilitação.

A terceira prioridade é prestar mais atenção à violência sexual em conflitos específicos em países como República Centro-Africana, América Central, Colômbia, República Democrática do Congo, Líbano, Mali e Sudão do Sul.

Um dos problemas identificados por Maurer no âmbito humanitário são as "dificuldades para ampliar a base de doadores". Segundo ele, os que respondem aos pedidos (de financiamento) são os mesmos países há cinco anos". Os três principais doadores do CICV são Estados Unidos, União Europeia e Suíça.

EFE   
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