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Descoberta vacina que melhora a resposta imunológica ao câncer

2 abr 2015 - 19h26
(atualizado às 19h26)
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Uma nova vacina melhora a resposta imunológica ao câncer a partir do uso de proteínas alteradas do tumor do paciente, uma fórmula que poderia dar bons resultados para o melanoma e os cânceres de pulmão, bexiga e cólon, segundo um estudo que publica nesta quinta-feira a revista "Science".

"As vacinas contra o câncer costumam ser generalizadas. Esta é uma das primeiras personalizadas. As generalizadas usam proteínas normais sem alteração, por isso que a resposta imune não é muito forte", explicou à Agência Efe a principal pesquisadora do estudo, a venezuelana Beatriz Carreño.

"Em nossa vacina usamos proteínas alteradas do paciente com tumor e comprovado que provocam uma maior reação nas células T, ao multiplicar em número e frequência sua capacidade de reconhecer substâncias isoladas dos tumores", acrescentou a pesquisadora.

As células T são um tipo de célula imunológica cuja função é reconhecer substâncias estranhas na superfície de outras células e matá-las, para o qual produzem substâncias solúveis que têm efeitos sobre tumores e células infectadas com vírus.

Para elaborar a vacina da qual informa a "Science", se usaram células dendríticas junto a proteínas alteradas do tumor do paciente.

Visto que as células dendríticas "não são muito abundantes", os pesquisadores isolaram precursores e as geraram no laboratório.

"O uso de proteínas alteradas demonstrou ter uma maior capacidade para ativar o sistema imune. Porque quando as proteínas são normais, não são realmente substâncias estranhas e, portanto, a resposta imune não é muito forte", explicou Carreño.

Os pesquisadores consideram que uma vacina deste tipo funcionaria bem para pacientes com cânceres que têm um alto componente imunológico e de mutações, como os de pulmão, bexiga, cólon e o melanoma.

"Quanto maior número de mutações, encontramos mais proteínas alteradas que podemos usar para ativar o sistema imune", disse a pesquisadora da Washington University School of Medicine, em Saint Louis (Missouri).

A vacina deste estudo foi testada em três pacientes por enquanto.

"Estamos falando de uma nova maneira de atacar o câncer, com a informação genômica dos tumores. Usamos as alterações no tumor para acelerar o sistema imune", assinalou Carreño.

Os pesquisadores defendem portanto que a descoberta pode representar um grande impulso no avanço da imunoterapia do câncer, ou seja, as estratégias voltadas a ativar os sistemas imunológicos dos pacientes contra seus tumores.

Além disso, eles sustentam que com esta vacina se dá mais um passo rumo a uma imunoterapia do câncer mais personalizada.

EFE   
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