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Detectado vírus da aids em menina que pensava-se que estava curada

11 jul 2014 - 09h56
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Uma menina que nasceu com o vírus da aids e que acreditava-se que estava curada ainda está infectada, o que representa um forte golpe para as esperanças de se encontrar uma cura para a doença, anunciaram as autoridades dos Estados Unidos.

A divulgação de que a criança havia se livrado da doença, feita em março de 2013, trouxe esperança de cura para os recém-nascidos infectados com o HIV mediante um tratamento inicial e agressivo, e inclusive para os adultos que acabaram de contrair o vírus.

Em uma conferência telefônica organizada ontem pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH), a pediatra Hannah Gay, do Centro Médico da Universidade, que tratou a recém-nascida com antirretrovirais, disse que a descoberta de que ela ainda está infectada foi como receber "um soco no estômago".

Antes deste caso, conhecia-se apenas outro de cura da aids, do norte-americano Timothy Brown, conhecido como "paciente de Berlim", que se submeteu a um tratamento inovador para tratar uma leucemia com células-tronco de um doador resistente ao vírus do HIV. Brown recebeu um transplante de medula óssea de um doador que tinha uma mutação do receptor CCR5. As pessoas sem esse receptor parecem ser resistentes ao HIV.

A notícia da cura da menina foi recebida com entusiasmo mundial em março do ano passado.

Deborah Persaud, do Centro Infantil Johns Hopkins e principal autora do relatório sobre a menina, publicado na revista científica "New England Journal of Medicine", disse na ocasião que se o caso ocorresse novamente seria uma prova de que a infecção poderia ser curada.

Apesar do anúncio da volta da doença, Persaud afirmou ontem que o fato da criança ter ficado livre do vírus por dois anos não tem precedentes.

O vírus da menina, que tem agora quatro anos, é igual ao da mãe, por isso não resta dúvida de que foi transmitido ao nascer e não posteriormente.

Ao redor de 2,3 milhões de pessoas contraíram o vírus da aids em 2012, o último ano do qual há números disponíveis. Destes infectados, 260 mil são bebês que contraíram o vírus ao nascer ou logo depois.

EFE   
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