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Botox é usado para tratar casos de bruxismo; saiba mais

14 ago 2012 - 16h51
(atualizado às 16h53)
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A toxina botulínica, ou Botox, ganhou fama nos tratamentos estéticos por retardar o aparecimento de rugas e disfarçar as marcas de expressão. Agora, quem diria que, anos mais tarde, o Botox mostraria sua eficácia em aplicações que vão muito além da beleza? A substância tem sido muito utilizada para controlar os quadros de bruxismo, que é o hábito de ranger, apertar ou simplesmente encostar frequentemente os dentes de forma que incomode ou cause desgastes.

O botox, que ficou conhecido por sua aplicação estética, agora vem sendo usado em tratamento para o bruxismo
O botox, que ficou conhecido por sua aplicação estética, agora vem sendo usado em tratamento para o bruxismo
Foto: Getty Images

A disfunção, que atinge pelo menos 30% dos brasileiros durante o sono, pode ter diversas causas, que vão desde a presença de distúrbios neurológicos, como o mal de Parkinson, até os distúrbios do sono, como a apneia e o ronco. Nesses casos, a toxina botulínica é aplicada em pontos localizados nos músculos temporal anterior e masseter, na mandíbula. “O Botox age no neurônio motor impedindo a liberação de acetilcolina, que é a substância que promove a contração da musculatura. Quando aplicada nos músculos mastigatórios, a toxina botulínica impede a contração, que ocasiona o ranger dos dentes”, explica a dentista Juliana Stuginski- Barbosa, membro da Sociedade Brasileira de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial.

Para o cirurgião plástico Maurício de Maio, um dos primeiros brasileiros a utilizar a técnica, o tratamento tem se mostrado eficiente, porém, precisa ser refeito a cada ano, conforme as necessidades do paciente. No entanto, a maior vantagem desse recurso terapêutico é apresentar um resultado eficaz e rápido. “Em média, de quatro a cinco dias após a aplicação, o paciente já sente a diferença, enquanto o uso apenas das placas de mordida demoraria alguns meses para alcançar resultados reais”, explica Miriam Tomaz, cirurgiã dentista.

Apesar de mostrar resultados satisfatórios, a aplicação do botox não garante a cura e, sim, apenas o controle do quadro – que pode ocasionar desgaste e quebra dos dentes. Por isso, o tratamento com a toxina botulínica deve ser usado para reduzir a força de contração muscular, sendo aliado às placas de mordida e a correção da mordida.

Juliana defende que, apesar do botox ser utilizado frequentemente, ainda são necessários estudos científicos que comprovem a real eficácia do tratamento, nos mais diversos quadros. “Apenas um estudo clínico foi realizado em pacientes com somente bruxismo do sono (sem dor por disfunção temporomandibular - DTM) e isso nos impede de mensurar seu real benefício”, conclui. 

Fonte: Terra
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