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Marzo e Zé Bonitinho morreram de enfisema; entenda a doença

Doença, que causa inflamação, destrói o pulmão e tem quadro de falta de ar severa e progressiva, é causada em 80% dos casos pelo tabagismo

1 abr 2015 - 12h28
(atualizado às 13h27)
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O ator Cláudio Marzo, aos 74 anos, e o humorista Jorge Loredo, o famoso Zé Bonitinho, aos 89 anos, morreram na última semana vítimas da mesma doença: enfisema pulmonar. Os dois haviam fumado durante quase toda a vida adulta e, segundo especialistas, 80% dos casos do problema são provocados pelo tabagismo. "Em média, um maço por dia durante 20 anos é suficiente para a doença aparecer", explica o Dr. Roberto Stirbulov, pneumologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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O humorista Jorge Loredo, o Zé Bonitinho, morreu aos 89 anos, e o ator Cláudio Marzo, aos 74 anos: ambos com enfisema pulmonar
O humorista Jorge Loredo, o Zé Bonitinho, morreu aos 89 anos, e o ator Cláudio Marzo, aos 74 anos: ambos com enfisema pulmonar
Foto: SBT / TV Globo / Divulgação

A doença, que atinge cerca de seis milhões de brasileiros, causa falta de ar severa, dificuldade progressiva de realizar atividades do dia a dia e tosse com produção de secreção.  "Se descoberta em estado avançado não tem muito o que fazer, é uma doença que limita muito a vida", diz a Dra. Kelma Rosatto, pneumologista do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim.

A inflamação dos pulmões pode ainda facilitar o aparecimento de complicações cardíacas, câncer, osteoporose e depressão. Entenda melhor a doença que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), está entre as complicações derivadas do cigarro, que é a quinta maior causa de mortes no mundo.

O que é?

O enfisema é uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) causada pela inflamação do pulmão e destruição dos tecidos do órgão. Dependendo da localização, tem nomes e algumas características diferentes. Caso os brônquios sejam mais afetados, é chamada de bronquite crônica, mas, quando os alvéolos ficam mais comprometidos, então é enfisema pulmonar.

"É uma destruição do pulmão devido ao processo inflamatório causado pela exposição à fumaça do cigarro", explica o Dr. Roberto Stirbulov. Em alguns poucos casos, a genética, além da poluição e da fumaça vinda da lenha ou de produtos químicos, também estão entre as causas

"O enfisema é a destruição do pulmão devido ao processo inflamatório causado pela exposição à fumaça do cigarro"
"O enfisema é a destruição do pulmão devido ao processo inflamatório causado pela exposição à fumaça do cigarro"
Foto: iStock

Quais os sintomas?

A destruição dos tecidos causa dificuldade de respiração e consequentemente falta de ar e tosse. Com o avançar da doença, a maioria dos pacientes fica dependente de oxigênio em graus diferentes e não consegue desenvolver as atividades do dia a dia, como se alimentar adequadamente. "Eles se cansam por qualquer coisa, começam a perder massa muscular e têm falta de ar pra comer, então precisamos entrar com suplementação além do alimento", diz a Dra. Kelma Rosatto.

"Aproximadamente 10% dos pacientes têm a forma muito grave que faz com que tenham dificuldade de caminhar e mal levantem da cama", completa o Dr. Roberto Stirbulov.

Tem cura?

Não. O enfisema pulmonar tem controle, mas não tem cura, por isso a importância de procurar o médico assim que os primeiros sinais de tosse e falta de ar surgirem e, claro, largar o cigarro. Como é uma doença progressiva, os sintomas vão aparecer mais devagar se o vício for abandonado e, óbvio, irão comprometer a respiração muito mais rápido se o hábito continuar. "O tempo de vida depende do grau da doença, mas, no quadro mais grave, 80% dos pacientes sobrevivem em torno de cinco anos", afirma o Dr. Stirbulov.

Como é o tratamento?

Os medicamentos, como os broncodilatadores inalatórios, e a reabilitação pulmonar, sessões de fisioterapia respiratória, são usados para alívio dos sintomas e melhora da qualidade de vida. Em algumas situações, há duas cirurgias possíveis: a redutora, que retira partes que já não funcionam do pulmão, e o transplante.

"Os transplantes existem, mas são poucos porque a grande maioria das pessoas geralmente já tem idade avançada e comprometimento pulmonar importante que contraindicam a operação", explica a Dra. Kelma Rosatto, pneumologista do Hospital São Luiz.

Fonte: Terra
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