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Pernas inquietas? Tire 10 dúvidas sobre a síndrome

O problema afeta a qualidade do sono e pode levar ao cansaço crônico, depressão, queixa de insônia e irritabilidade

12 fev 2015 - 16h47
(atualizado em 14/2/2015 às 11h05)
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Foto: iStock

Já ouviu falar sobre síndrome das pernas inquietas? Se você logo relaciona o nome ao hábito de balançar as pernas que muitos ansiosos têm, está completamente enganado. O problema envolve dor e desconforto na hora de dormir, atrapalhando o sono. Tire suas dúvidas sobre o assunto, com explicações do neurologista Luciano Ribeiro Pinto Júnior, membro da Associação Brasileira do Sono (ABS), e da otorrinolaringologista e especialista em medicina do sono Angela Beatriz Lana.

O que é síndrome das pernas inquietas e quais são seus sintomas?

“É quando a pessoa sente uma vontade incontrolável de mexer as pernas para tentar aliviar uma sensação de dor, desconforto, aperto, pontadas ou formigamento”, disse a especialista em medicina do sono Angela. Acontece geralmente à noite, atrapalhando o sono e repercutindo no dia seguinte com cansaço, sonolência e irritabilidade. “Os sintomas atenuam quando o paciente movimenta as pernas, obrigando-o a sair da cama”, completou o neurologista Pinto.

Afeta apenas as pernas?

Não. Segundo Angela, pode acometer com menos frequência os braços e outras partes do corpo.

Algumas pessoas, quando ansiosas, começam a tremer as pernas. Isso tem alguma relação com a síndrome das pernas inquietas?

Não. “Tremer as pernas pode ser sinal de que existe um estresse, um nervosismo, um acontecimento que gerou uma descarga de adrenalina no corpo. A síndrome das pernas inquietas acontece no repouso, geralmente à noite, e está relacionada a dores, desconforto, sensação de pressão nas pernas ou nos braços”, comentou Angela.

Qual é a causa?

“Na grande maioria dos casos, não existe uma causa. Em alguns, pode-se observar alterações metabólicas, como a baixa de ferro, ou doenças neurológicas”, disse o neurologista. “Parece ter uma causa genética, pois aparece em famílias com sintomas similares”, esclareceu a especialista em medicina do sono.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico e feito pelo médico especialista: médico do sono e neurologista. “É uma síndrome ainda mal diagnosticada, sendo que muitos profissionais de saúde não têm conhecimento. Então, os pacientes passam anos sem serem diagnosticados. Crianças também podem passar sem o diagnóstico, sendo sugerida muitas vezes como ‘dor do crescimento’”, alertou Angela.

Quais são os tratamentos para a síndrome das pernas inquietas?

Utiliza-se principalmente medicamentos que atuam no sistema nervoso central, que provocam o aumento de uma substância chamada dopamina, disse o neurologista Pinto. “Para sintomas leves a moderados, pode-se tentar tratamentos não-medicamentosos, como massagens, bandagens quentes e bons hábitos de sono. Deve-se procurar repor as reservas de ferro e magnésio e observar se alguma medicação em uso pode estar causando a síndrome”, afirmou Angela.

Cafeína, álcool e cigarro prejudicam os sintomas? Por quê?

Sim, pioram a qualidade do sono e devem ser evitados, segundo a especialista em medicina do sono. “Alguns medicamentos antidepressivos, antialérgicos, antigripais e antináuseas também podem piorar os sintomas, assim como privação de sono”, completou a especialista em medicina do sono.

Existe cura?

Não existe cura. “Existem períodos de melhora e, por vezes, remissão por longos períodos”, comentou o neurologista. Com o tratamento, os sintomas são controlados e reduzidos, obtendo grande melhora do sono, explicou Angela.

Quais são as consequências quando não há tratamento?

Noites mal dormidas, cansaço crônico, depressão, queixa de insônia e irritabilidade fazem parte da lista de consequências apresentada pela especialista em medicina do sono Angela. “Geralmente, o quadro não tem uma evolução grave, mas o incômodo é muito desagradável e frequentemente leva à insônia, dificultando o início do sono”, respondeu o neurologista Luciano.

A síndrome afeta alguma faixa etária ou gênero específico?

Pode começar em qualquer idade, desde criança até a idade adulta, porém o início se faz geralmente em adultos jovens e acomete um pouco mais as mulheres, como informou o neurologista.

Fonte: Ponto a Ponto Ideias Ponto a Ponto Ideias
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