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Entenda a doença do filho de John Travolta

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Ainda pouco conhecida e de difícil diagnóstico, a doença de Kawasaki assustou todos os pais que acompanharam o drama da família de John Travolta após a morte de Jett, o filho do ator, de 16 anos. O diagnóstico do jovem foi feito aos dois anos. Segundo o pediatra Pedro Takanori, do Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas de São Paulo, a maioria dos casos de Kawasaki (80%) ocorre em crianças de até cinco anos.

Jett Travolta (à esq), filho de John Travolta, foi diagnosticado com a doença de Kawasaki aos 2 anos
Jett Travolta (à esq), filho de John Travolta, foi diagnosticado com a doença de Kawasaki aos 2 anos
Foto: Reuters


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Não è à toa que a doença leva o sobrenome de um pediatra, o japonês Tonisaku Kawasaki. Em 1967, ao observar um grupo de crianças, o médico descreveu o mal que causa inflamações na parede dos vasos sangüíneos e sintomas como febre contínua, olhos vermelhos, manchas vermelhas no corpo, mãos e pés, inchaço nos gânglios linfáticos (ínguas no pescoço), lábios inchados vermelhos e ressecados e língua vermelha.


Como a doença não tem causa ainda definida pela medicina, seu diagnóstico fica preso à observação dos sintomas apresentados pela criança e seguem critérios propostos pela American Heart Association (AHA). Se o paciente apresentar cinco, dos seis sintomas sugeridos, provavalmente ele é uma vítima da Kawasaki. "Não temos como fazer um exame de sangue para diagnosticar a doença, por exemplo. Não se sabe ainda se ela é causada por um vírus, bactéria ou infecção", explica o pediatra.

Diagnóstico da doença
Apesar de ter complicações graves, a síndrome muitas vezes pode ser confundida como uma simples virose, problema que costuma ser comum em crianças e bebês, ou até mesmo com a escarlatina. Para Paulo Olzon, chefe da disciplina de Clínica Médica da Unifesp, o engano no diagnóstico pode acontecer pela febre duradoura e pelas manchas que acontecem no corpo. "Como ela, geralmente, se cura sozinha, fica por isso mesmo, apenas uma virose", afirma Olzon. Ele ainda explica que são os detalhes como a formação de aneurismas na coronária e as descamações nas mãos, no entanto, que dão o alerta a doença.

Complicações e tratamentos da Kawasaki
Apesar dos problemas cardíacos serem os mais comuns quando há complicações da doença, há ainda a chance do desenvolvimento de males graves como pneumonia, hepatite, artrite e até mesmo meningite. "Aí, se trata a seqüela da doença. Nos casos cardíacos, por exemplo, é tratada a inflamação nos vasos sanguíneos causados por um agente desconhecido", explica o médico Paulo Olzon.

Em casos severos de problemas cardíacos a doença pode resultar ainda em infarto infantis ou até mesmo em convulsões, o que é ponto de discórdia entre os especialistas. "A convulsão pode ser uma manifestação de uma parada cardíaca, pois essa pode ser uma resposta a uma falta de oxigênio no cérebro", afirma Olzon. Para o pediatra Takanori, no entanto, a convulsão só aconteceria se o garoto apresentasse seqüelas graves da doença. "Quando se tem meningite, pode acontecer a convulsão em fases agudas, mas é algo raro", rebate.

Fonte: Redação Terra
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