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Especialista alerta que família tem papel fundamental no combate à obesidade

16 jul 2013 - 13h55
(atualizado às 14h17)
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São Paulo, 16 jul (EFE) - A responsabilidade de ensinar as crianças o que comer e como ter um estilo de vida saudável é da família, pois é em casa onde começa o combate à obesidade infantil, uma doença crescente no mundo e também no Brasil, alertou nesta terça-feira um especialista em nutrição infantil em entrevista à Agência Efe.

"Os pais devem ensinar os filhos a fazer boas escolhas. O importante é haver um equilíbrio entre o que se consome e o que se gasta. Apontar um vilão e excluí-lo da alimentação não resolve o problema", defendeu Carlos Alberto Nogueira de Almeida, diretor da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

Os danos causados pela obesidade desde cedo podem ser maiores que os problemas físicos, segundo ele.

"Os riscos da obesidade no adulto existem também na infância, mas algumas repercussões são ainda mais graves nas crianças", explicou.

Além dos riscos de doenças cardíacas e diabetes, também comuns em adultos obesos, o médico chamou a atenção para problemas sociais derivados do sobrepeso na infância.

"Na infância, a obesidade pode marcar uma criança em seu meio social", explicou. De acordo com o médico, a autoestima pode ser muito prejudicada nessa fase da vida, trazendo o risco de futuros distúrbios de comportamento.

Para o médico, enquanto a genética humana se manteve nos últimos cem anos, o desenvolvimento tecnológico promoveu mudanças radicais no cotidiano das famílias.

"Antes, as pessoas tinham um gasto de energia compatível com o que comiam. Hoje, isso não acontece", afirmou.

Na opinão do especialista, "as crianças já não brincam na rua por questões de segurança; as casas são cada vez menores; e morar em apartamento é regra em cidades médias e grandes".

Além disso, dispositivos eletrônicos como videogames, tablets, televisores e celulares tomam cada vez mais o espaço das brincadeiras e atividades físicas na vida das crianças. O diretor da Abran também ressaltou que o aumento do poder aquisitivo da população nos últimos anos acabou contribuindo para o crescimento da obesidade infantil.

O médico se diz a favor de uma "agenda positiva" por meio de campanhas de educação nutricional, apoio governamental a ONGs e parcerias entre empresas e profissionais de saúde.

EFE   
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