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Especialistas alertam: uso de repelente em crianças deve ser moderado

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CLARISSA MELLO

Coça daqui, coça de lá. Quando o assunto é mosquito, não há pai e mãe que não fiquem preocupados com possíveis picadas em seus rebentos. Mas o pior não é só a coceira. O medo das doenças transmitidas pelos insetos, como a dengue, faz com que eles encham os filhos com repelentes.

Especialistas alertam: não é todo produto que pode ser usado em crianças. Além disso, o uso em excesso pode irritar a pele dos pequenos e até causar problemas mais graves."Primeiro é preciso saber que tipo de substância está sendo aplicada. A mais comum é a D.E.E.T (dietiltoloamida), presente na maioria dos repelentes que estão no mercado. Essa substância é tóxica e, por isso, deve ser usada com cautela. Em crianças, por exemplo, a concentração não deve ultrapassar 10%", explica a dermatologista especializada em Pediatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Lucia Mandel.

Segundo a profissional, os pais precisam ficar atentos aos rótulos dos produtos. Apesar de ainda não estar valendo a determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que obriga que embalagens tenham informações como concentração, forma de uso e tempo de reaplicação, algumas empresas já começaram a incluir os dados.

"Quanto mais concentrado, maior a duração. Repelente infantil não dura mais do que duas horas na pele", ensina a presidente do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Kerstin Abagge.

Mas engana-se quem pensa que a solução é reaplicar o produto toda hora. Ao contrário: o ideal é limitar em até três vezes por dia. E só utilizar sob orientação médica.

"Levei ao pediatra, que me indicou o produto adequado", conta Daniela Chaves, mãe de Pedro Annibal, 3 anos. No Colégio Palas, Tijuca, onde ele estuda, os cuidados não são esquecidos. "Pedimos aos pais que mandem os repelentes e passamos nas crianças até duas vezes ao dia, dependendo de quantas horas passam na escola", diz a coordenadora Vânia Ferreira.

A cada idade

Segundo a presidente do Comitê de Dermatologia da Sociedade de Pediatria do Estado do RJ, Ana Mósca, pais devem estar atentos a algumas especificações antes de usar repelente nos pequenos. Confira.

0 a 6 meses

Não deve ser usado repelente. Isole a pele com óleo infantil, que ajuda a evitar que o mosquito identifique o cheiro do suor do bebê. O ideal é deixar a pele oleosa. Use telas de proteção na janela e mantenha ambientes fechados.

6 meses a 2 anos

O ideal é continuar evitando o repelente. Se houver necessidade, prefira usar o produto na roupa da criança antes de vestí-la. Nesse caso, opte por repelentes à base de termetrina, menos tóxico do que o D.E.E.T.

2 a 7 anos

Use repelentes com moderação. A concentração deve ser menor do que 10% e o produto só deve ser utilizado em áreas expostas do corpo. O ideal é usar ao entardecer, quando há maior circulação de mosquitos. Aconselha-se no máximo duas vezes por dia.

7 a 12 anos

Ainda deve ser usado o tipo infantil, mas o uso já é mais liberado. Use até três vezes por dia somente nas áreas expostas do corpo.

A partir dos 12 anos

Pode ser usado o repelente comum, para adultos. O uso também deve ser de três vezes ao dia no máximo.

Outras dicas

Não passe repelente na palma da mão da criança, que pode levar o produto à boca. Não use por baixo da roupa. Uso em excesso pode causar alergia, vômito, tontura e dor de cabeça. Concentração de 10%: efeito dura até duas horas; 20%, quatro horas.

Especialistas alertam para o uso exagerado de repelentes em crianças; recomendações variam de acordo com a faixa etária
Especialistas alertam para o uso exagerado de repelentes em crianças; recomendações variam de acordo com a faixa etária
Foto: Getty Images
Fonte: O Dia
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