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Estudo confirma presença de substâncias cancerígenas em cigarros eletrônicos

27 nov 2014 - 15h55
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Os vapores dos cigarros eletrônicos contêm substâncias cancerígenas em quantidades muito variáveis que podem superar as concentrações da fumaça de cigarro tradicional, segundo um estudo japonês difundido nesta quinta-feira.

De acordo com este documento sem conclusões definitivas, os vapores absorvidos contêm formaldeído, também conhecido como formol, considerado cancerígeno, acroleína, glioxal e metilglioxal.

"As taxas variam consideravelmente de uma marca para outra e inclusive na marca, de uma amostra para a outra", destacaram os pesquisadores, que mediram as concentrações das diferentes substâncias em cinco marcas (não citadas) de cigarros eletrônicos.

"Em uma das marcas analisadas, a equipe de pesquisa encontrou um nível de formaldeído que chegou a dez vezes mais do que o encontrado em cigarro tradicional", explicou à AFP o cientista Naoki Kunugita, que dirigiu o estudo.

"A taxa de formaldeído não é constante, varia durante a experiência e aumenta particularmente em caso de superaquecimento do fio de resistência integrado", precisou.

Os testes foram realizados com uma máquina que em cada oportunidade realiza uma série idêntica de 15 aspirações, em dez oportunidades, com o mesmo cartucho, com pausas.

Este informe do Instituto Nacional de Saúde Pública foi entregue na quinta-feira ao ministério japonês da Saúde, que se pergunta, assim como seus equivalentes em outros países, em que medida é necessário regular o uso dos cigarros eletrônicos sem nicotina que utilizam líquidos perfumados.

Embora no Japão os consumidores dos cigarros eletrônicos sejam menos visíveis do que o de cigarros tradicionais, e as lojas especializadas, muito menos numerosas do que nos países ocidentais, a transição do tabaco para o vapor é um fenômeno crescente que obriga as autoridades a se preocupar.

O Japão, como muitos outros países, não regula a venda de cigarros eletrônicos sem nicotina.

Os cigarros eletrônicos com nicotina estão submetidos às leis farmacêuticas do país, mas podem ser comprados facilmente na internet, ainda que não seja tão fácil encontrá-los no comércio como acontece em alguns países ocidentais.

"Eles podem ser chamados de cigarros eletrônicos, mas são produtos totalmente diferentes do tabaco normal", disse o funcionário do ministério da Saúde.

"Agora o governo está estudando os possíveis riscos associados a eles, a fim de decidir se devem ser submetidos a uma regulação", acrescentou.

Em agosto passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu aos governos que proibissem a venda de cigarros eletrônicos a menores de idade, alertando que eles se tratam de uma "séria ameaça" para os bebês que ainda não nasceram e para os jovens.

Apesar das poucas pesquisas sobre seus efeitos, a OMS disse que há provas suficientes "para alertar crianças e adolescentes, mulheres grávidas e mulheres em idade reprodutiva" sobre a utilização dos cigarros eletrônicos, devido "à exposição potencial para os fetos e os adolescentes da exposição à nicotina, com consequências de longo prazo para o desenvolvimento cerebral".

A OMS também afirmou que os cigarros eletrônicos devem ser proibidos nos espaços públicos fechados.

Há alguns meses, as autoridades sanitárias americanas afirmaram que o número de jovens que provaram os cigarros eletrônicos triplicou entre 2011 e 2013.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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