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Estudo identifica mecanismos que provocam metástases no câncer de próstata

23 mai 2016 - 16h17
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Uma equipe de pesquisadores encontrou um dos mecanismos pelo qual o câncer de próstata desenvolve metástases, uma descoberta que abre a porta para a identificação de pacientes com maior risco de um câncer agressivo e, no futuro, a definição de tratamentos personalizados.

Os resultados deste trabalho foram publicados na revista "Nature Cell Biology", em artigo no qual os cientistas descrevem como a ausência do gene PGC1A se associa a metástases em câncer de próstata.

As células cancerígenas se nutrem de forma diferente das normais, principalmente porque dedicam seu metabolismo a gerar mais células e crescer. O objetivo deste trabalho foi conhecer as causas do câncer de próstata mais agressivo.

Para isso, os pesquisadores, liderados por Arkaitz Carracedo, do Centro de Pesquisa Cooperativa em Biociências (CIC bioGUNE), da Espanha, partiram da seguinte colocação: no câncer de próstata existem "reguladores professores" que orquestram e definem a nutrição das células tumorais.

Para explicá-lo, Carracedo fez a seguinte analogia: o metabolismo é como uma orquestra no qual cada solista é uma rota metabólica e o diretor é um maestro. Se um violinista interpreta mal, a música soará pior, embora a peça siga a mesma, mas se o regente dirige mal, a obra será completamente diferente.

Trata-se de um gene já conhecido pelos cientistas e vinculado a doenças como a obesidade ou diabetes. No entanto, sua relação com o câncer começou a descoberta há dois ou três anos: "agora é a primeira vez que se associa formalmente à agressividade do câncer de próstata", ressaltou Carracedo à Agência Efe.

Para chegar a estas conclusões, foram analisadas informações de aproximadamente 700 pacientes que estavam em um banco de dados e encontrada uma recorrência na ausência do gene PGC1A. Depois, esses dados foram comprovados em 30 amostras de próstata e, mais tarde, em ratos cobaias: foi mostrado que, quando o gene PGC1A era eliminado, eram desenvolvidas metástases, e quando aumentada a expressão do gene, a agressividade do tumor diminuía.

"Descrevemos um dos mecanismos pelos quais o câncer de próstata progride e adquire novas capacidades como a da metástase, afirmou Carracedo.

Este trabalho é importante por várias coisas, entre elas porque se avança no conhecimento básico: "O futuro do tratamento contra o câncer passa inexoravelmente por conhecer o inimigo", explicou.

Neste sentido, Carracedo afirmou que dar nome e sobrenome a cada câncer - cada um deles é uma doença - e revelar seu DNA é crucial para pensar em novos modos de atacá-los: o primeiro passo, é poder separar os pacientes com melhor e pior previsão, algo que os pesquisadores propõem que seja desenvolvido com base neste estudo.

O passo seguinte será como traduzir estes resultados em um método que chegue à clínica e melhorar assim o diagnóstico e, no futuro, encontrar tratamentos.

EFE   
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