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EUA usarão fundos do ebola para luta contra zika perante inação de Congresso

6 abr 2016 - 13h47
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O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira que destinará US$ 589 milhões, em sua maioria procedentes de fundos já aprovados para combater o ebola, à luta contra o zika perante a inação do Congresso para aprovar os US$ 1,9 bilhão solicitados pelo presidente Barack Obama em fevereiro.

"O Congresso deve atuar imediatamente", enfatizou em uma conferência telefônica com jornalistas o diretor do Escritório de Gestão e Orçamento (OMB) da Casa Branca, Shaun Donovan, ao esclarecer que esses US$ 589 milhões "não são suficientes" para enfrentar a "ameaça" que representa o zika.

Desses US$ 589 milhões que o governo identificou para poder usar rapidamente contra o zika, um total de US$ 510 milhões provém de fundos aprovados no ano passado para combater a epidemia global de ebola.

Donovan afirmou que o fato de pode utilizar esses quase US$ 600 milhões não muda o pedido de fundos de emergência de Obama ao Congresso, que continua sendo de US$ 1,9 milhão dentro do presente ano fiscal, que termina em 30 de setembro.

Segundo Donovan, se o Congresso não atuar "já" para aprovar esses fundos solicitados por Obama, haverá "consequências reais" que afetarão as pesquisas sobre o diagnóstico e vacinas contra o zika que estão sendo realizados nos EUA.

"Não podemos esperar", ressaltou o diretor da OMB ao agregar que o governo está tomando "todas as medidas necessárias" para "proteger o povo americano" contra o zika.

Na mesma linha, a secretária de Saúde dos EUA, Sylvia Burwell, disse que a inação do Congresso está "minando" a capacidade de resposta do país perante o zika e que são necessários fundos tanto para o controle do mosquito transmissor do vírus como para a pesquisa em laboratórios sobre diagnósticos e vacinas.

Burwell sustentou, além disso, que os EUA não vão deixar de lado a luta contra o ebola, ao lembrar que atualmente há 12 casos dessa doença na Guiné e Libéria.

De acordo com os últimos números dos Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC, por seu sigla em inglês), até 30 de março tinham sido reportados nos Estados Unidos 312 casos de transmissão de zika associados a uma viagem a uma das zonas afetadas, 27 dos quais eram mulheres grávidas e seis foram transmitidos sexualmente.

Além disso, há outros 352 casos confirmados nos territórios de Porto Rico, ilhas Virgens e Samoa americana.

Os CDC advertiram na semana passada sobre a necessidade de implementar planos de ação em nível local, estadual e federal, especialmente nas zonas nas quais se registrou anteriormente presença do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus do zika.

EFE   
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