A radiação emitida pelos aparelhos celulares volta a ser foco de pesquisa e, dessa vez, o alerta vai para as mulheres grávidas. De acordo com um novo estudo da Yale School of Medicine, a exposição à radiação do celular durante a gestação pode impactar o desenvolvimento do cérebro do bebê e causar hiperatividade. As informações são do jornal britânico Daily Mail.
Hugh Taylor, que é co-autor do estudo, explicou que o teste foi feito com fêmeas de camundongo grávidas. Elas ficavam dentro de gaiolas, que tinham um celular no topo. Metade da amostra ficou exposta aos aparelhos ligados e a outra metade com os dispositivos desligados. Depois do nascimento, eles esperavam até os filhotes atingirem uma idade adulta para aplicar testes comportamentais. “Os ratos expostos aos celulares eram mais ativos”, observou. “Mas a memória teve uma ligeira diminuição”, acrescentou.
Taylor disse ainda que o estudo mostra que existe uma “base biológica” que sugere que a exposição ao celular pode impactar as mulheres grávidas. Sendo assim, a recomendação é que mulheres nessa condição tenham cautela com os aparelhos, mantendo-os longe do corpo.
Fabricantes de celulares, incluindo marcas como Blackberry e Apple, também dizem para os consumidores manterem estes dispositivos longe do corpo, devido a potenciais riscos, mas estes avisos muitas vezes passam despercebidos porque são apresentados somente nos manuais. Taylor irá se unir a outros pesquisadores para um painel de discussão sobre o impacto que essa exposição pode ter sobre a gravidez. O painel foi organizado por Devra Davis, que dirige a organização sem fins lucrativos Environmental Health Trust.
A instituição vem incentivando governos ao redor do mundo a tomarem ações de segurança com relação aos celulares. “Quando as empresas vendem telefones para as pessoas e dizem em letras miúdas para não usá-los ao lado do corpo, e todos os seus anúncios mostram pessoas usando celulares exatamente ao lado do corpo, há uma profunda desconexão ", observou Devra.
Atualmente, existem tantas assinaturas de celulares quanto habitantes, de acordo com números recentes publicados pela agência de telecomunicações da ONU. Em 2011, um braço da Organização Mundial de Saúde alertou que o celular pode causar câncer e pediu mais pesquisas. Alguns países ao redor do mundo, incluindo a França, já proibiram as empresas de veicularem publicidade de celulares direcionadas às crianças, devido aos seus possíveis riscos.
Mais do que nunca, odontologia e medicina unem forças para estudar como a saúde bucal pode revelar outros problemas do organismo ou ser apenas o início de doenças mais graves. Estudos fazem conexões entre infecções que ocorrem na boca e problemas cardiovasculares, diabetes, obesidade, câncer, osteoporose, parto prematuro e nascimento de bebês abaixo do peso.
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O processo é relativamente simples. As bactérias que estão atacando a gengiva entram na corrente sanguínea, se alojam em outros órgãos, como fígado e rins, e prejudicam seu funcionamento. Até mesmo o coração pode ser alvo de micro-organismos nocivos que usam a boca como porta de entrada.
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O problema mais conhecido é a endocardite bacteriana, uma infecção das válvulas do coração, que acomete com maior frequência quem já apresenta danos no órgão. Segundo o dentista Mario Kruczan, especialista em periodontia e membro da Sociedade Francesa de Periodontia, hoje em dia, os grandes centros de hemodinâmica e de cirurgias cardíacas solicitam uma avaliação previa desses pacientes ao cirurgião dentista antes dos procedimentos.
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Além de dar livre acesso às bactérias, o processo inflamatório da gengivite também pode desequilibrar quimicamente o organismo. Para combater a doença bucal, o sistema imunológico libera diversas substâncias no organismo que podem interferir no funcionamento de órgãos, do metabolismo e de sistemas inteiros do corpo. É o que ocorre com o diabetes - há um desequilíbrio do balanço químico do organismo que dificulta o controle dos níveis de glicose. Ao mesmo tempo, o diabetes agrava a gengivite.
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Em um exame odontológico de rotina, além do foco nos dentes e gengivas, o dentista faz uma avaliação mais abrangente, com foco também nas mucosas, língua, céu da boca, articulações e pescoço. Conhecer a história de doenças pré-existentes, tratamentos e medicações utilizadas também têm grande importância para montar o histórico odontológico do paciente.
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Segundo Mário Kruczan, caso constate que sangramento gengival, mau hálito, feridas que não cicatrizam, o paciente deve consultar um dentista. Outro passo importante é investir na higienização bucal, bem como a limpeza da língua e dos aparelhos ou próteses. O dentista recomenda manter uma dieta balanceada em que a ingestão de açúcar refinado seja reduzida e o consumo de frutas, leguminosas e produtos lácteos seja maior também ajuda.