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Previsão para dia do parto falha em 96% dos casos, diz estudo

4 fev 2015 - 06h17
(atualizado às 07h24)
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<p>A data prevista para o parto ajuda o acompanhamento médico, mas não é precisa</p>
A data prevista para o parto ajuda o acompanhamento médico, mas não é precisa
Foto: kycstudio / iStock

Quando Penelope Chaney encontrou sua amiga Eleanor Marshall, as duas mal puderam acreditar na coincidência. Ambas haviam sido informadas por seus médicos de que a data prevista para ambos os partos era 4 de abril. Mas quais as chances de duas amigas darem à luz no mesmo dia?

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Antes de responder a essa questão, é preciso entender como é estimada a chamada data prevista para o parto (DPP).

Na Grã-Bretanha, onde Penelope e Eleanor vivem, ela é calculada a partir da data da última menstruação – a essa, adicionam-se 280 dias, ou seja, 40 semanas. Em seguida, um ultrassom determina outra data, que é estimada ao se medir o tamanho do feto.

Se essas duas datas ficarem muito distantes entre si, a do ultrassom é levada em conta.

No entanto, dados do Perinatal Institute, uma ONG britânica, mostram que as DPPs quase nunca são precisas. Na verdade, apenas 4% dos bebês nascem na data estimada.

Se por um lado é útil para os pais ter uma ideia de quando o bebê vai chegar, a principal função da data do parto é "definir uma métrica para o acompanhamento médico" durante a gravidez, explica o professor Jason Gardosi, do Perinatal.

"Um dos usos é interpretar testes de sangue no começo da gravidez para analisar se há riscos de anomalias congênitas. Para isso, é importante saber em que estágio da gestação a mulher está", afirma.

O conselho para grávidas, Gardosi afirma, é que o parto ocorra em qualquer momento entre a 37ª e a 42ª semana de gestação, em um período conhecido como "a termo", quando o bebê atingiu a maturidade esperada.

No Brasil, alguns médicos consideram que o limite é a 40ª semana – e recomendam cesárea após essa data. A medida é polêmica, já que muitos afirmam que ela resulta em um alto número de bebês prematuros, justamente pela imprecisão da data prevista para o parto. Por exemplo, se um bebê que teria 37 semanas tivesse, na verdade, 36.

Probabilidade

Para mulheres como Penelope e Eleanor, com gestações de baixo risco, há 60% de chance de o bebê nascer uma semana antes ou uma depois da data prevista para o parto.

E, como dito acima, apenas 4% dos bebês nascem na data que lhes foi prevista (ou 4,4% se excluirmos gestações de risco). Em outras palavras, a chance de isso acontecer é de menos de um para 20.

Então quais as chances das amigas terem filhos no dia 4 de abril? Apenas 4,4% de 4,4%, ou 0,2%. Ou seja: uma chance em 500.

Já as chances de seus filhos nascerem no mesmo dia – qualquer dia, não especificamente no dia 4 de abril – são maiores: uma em 30.

O cálculo ilustrativo, segundo Gardosi, contém uma mensagem importante para grávidas: a de que a data prevista para o parto pode enganar - e na maioria das vezes engana.

"Muitas mulheres ficam ansiosas ou impacientes se têm muitas expectativas sobre a data do parto. Precisamos explicar a elas que essa é apenas uma data que nos ajuda a determinar os estágios da gravidez."

Keith Moore

Da BBC News

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