Tire 16 dúvidas sobre unha encravada e saiba como evitar o problema

Danielle Barg

Dor é algo que incomoda, ainda mais quando está presente em uma parte do corpo acionada praticamente o dia todo – os pés. As unhas encravadas causam dor, inchaço e vermelhidão, e usar sapato fechado é uma verdadeira tortura para quem sofre deste problema. Para esclarecer as principais dúvidas sobre o tema, o Terra conversou com a dermatologista Marcia Monteiro, de São Paulo, e com a docente do curso técnico de Podologia do Senac Aclimação, Aparecida Maria Bombonato. Confira a seguir as informações e lembre-se que, antes de se aventurar e tentar resolver o problema sozinho, é importante procurar um clínico geral, médico ou podólogo ao identificar os sintomas. O que é a unha encravada? O nome técnico é mais feio ainda do que a própria condição. A “onicocriptose”, conhecida popularmente como “unha encravada”, ocorre quando uma ponta de unha penetra nos tecidos moles que ficam ao redor dela, explica Aparecida. O que a unha encravada causa? Segundo Marcia, a condição provoca forte inflamação do dedo devido à pressão no local pela unha. Quais são as principais causas? Cortar a unha de forma errada é uma das principais causas, indicam as especialistas consultadas. Ao tentar arredondar a unha, ela acaba atingindo a pele ao redor do dedo ao crescer. De acordo com Aparecida, é preciso evitar o corte redondo muito acentuado nos cantos. O tipo de calçado escolhido tem influência neste quadro? No caso das mulheres, os grandes vilões da unha encravada são os sapatos altos de bico fino, principalmente os apertados, que contribuem para o quadro. No caso dos homens, o calçado social é o inimigo e, para as crianças e adolescentes, deve-se tomar cuidado para não utilizar calçados de tamanho inadequado, o que pressionaria demais os dedos. Segundo Marcia, a combinação de corte incorreto com sapatos apertados é um risco para os pés. Quais os outros fatores que podem contribuir para o quadro de unha encravada? Grávidas que apresentam inchaço nos pés ou pessoas com deficiência circulatória devem ficar de olho para evitar o quadro, informa Aparecida. Quais são os sintomas da unha encravada? Dor intensa, inflamação dos tecidos adjacentes que apresentam vermelhidão, edema (inchaço), calor (febre) intenso e pus no local. “Também pode ocorrer sangramento com o uso do calçado fechado”, alerta Aparecida. Qual é a forma correta de cortar a unha para evitar este problema? De acordo com Marcia, deve-se cortar a unha em 90 graus, ou seja, deixando um ângulo reto, entre a unha e o dedo. A propensão à unha encravada é hereditária? “Se a unha for desproporcionalmente grande em relação ao dedo, isto provavelmente é hereditário”, afirma Marcia, completando que, na maioria das vezes, a unha encrava por erro no corte e sapatos finos ou apertados demais. É arriscado tratar a unha encravada em casa? Sim, é arriscado. Os principais riscos, de acordo com Aparecida, é cortar a unha mais do que o indicado ou acabar deixando um pedaço de unha dentro da pele. Quais são os principais tratamentos para a unha encravada? Além dos tratamentos clínicos, com pomadas, em alguns casos são utilizados anti-inflamatórios e antibióticos. “Muitas vezes, um procedimento cirúrgico é necessário para desencravar a unha, o que pode, inclusive, reduzir o tamanho dela definitivamente”, afirma Marcia. A unha encravada, quando não é tratada, pode evoluir para um quadro pior? De acordo com Marcia, sim, a unha encravada pode evoluir para um quadro de granuloma, também conhecida como “carne esponjosa”. A profissional explica que o local onde se encontra a ponta da unha é muito vascularizado, por isso os sangramentos são constantes e a dor é muito mais aguda. “A pessoa não consegue calçar sapato e às vezes também não consegue andar normalmente. A unha encrava pode, inclusive, incapacita-la temporariamente para o trabalho”, ressalta. Por que o risco da unha encravada é maior para diabéticos? Os diabéticos devem ter atenção redobrada porque as complicações podem ser maiores em decorrência da taxa glicêmica elevada, que leva à dificuldade de cicatrização, explica Aparecida. “Em casos mais graves, pode levar até a amputação do dedo”, alerta. Como um diabético deve proceder na ocorrência de uma unha encravada? Não é recomendável cortar as unhas sozinho, já que, em alguns casos, pode haver a perda de sensibilidade nos pés e, com isso, o paciente não sentirá quando ocorrer uma lesão, explica Aparecida. O ideal é procurar um profissional especializado, que vai cortas as unhas de forma correta, fazer a limpeza nas laterais e orientar sobre os cuidados diários com os pés. Enquanto a unha encravada não for tratada, o que fazer para aliviar a dor? Usar calçados abertos e evitar exercícios de alto impacto nos pés podem ser aliados neste sentido, mas o ideal é procurar um especialista o quanto antes para evitar complicações. Existe algum remédio ou tratamento caseiro que alivie a dor? “Não, o correto é providenciar a retirada da unha encravada o mais rápido possível”, indica Aparecida, reforçando mais uma vez que isso não pode ser feito de forma caseira, e sim, mediante ajuda de um especialista. Como evitar a unha encravada? Anote algumas dicas e evite o problema: - Não corte as unhas no formato redondo. “O corte deve ser reto, ou seja, quadrada, com os cantos levemente arredondados”, explica Aparecida. - Limpara as laterais excessivamente também não é uma boa ideia. “Quando a pele das laterais está espessa, com muita calosidade, deve-se tirar apenas o necessário para aliviar a pressão”, explica a especialista. - Se a sua unha for naturalmente muito curvada, providencie a correção, com a ajuda de um profissional. - Aposte em calçados adequados para a estrutura do seu pé. “Pés muito largos em um sapato estreito levam à sobreposição dos dedos e, consequentemente, ao encravamento das unhas”, explica Aparecida.