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Mais de 13 milhões de pessoas têm hepatite C nas Américas, aponta OPAS

28 jul 2015 - 15h11
(atualizado às 15h38)
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A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) alertou nesta terça-feira, no Dia Mundial Contra a Hepatite, que mais de 13 milhões de pessoas estão infectadas com hepatite C no continente americano, enquanto entre 2% e 4% da população da América Latina sofre com a modalidade B desta patologia.

"Dia Mundial contra a Hepatite: Prevenir a hepatite, atuar já" é o lema com o qual a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu fazer uma chamada para que os países redobrem de maneira urgente suas ações para prevenir a infecção que causa os diferentes tipos de hepatite.

Em comunicado, a OPAS, com sede em Washington, alertou que as hepatite B e C produzem cerca de 80% de todas as mortes por câncer de fígado do mundo e matam cerca de 1,4 milhão de pessoas a cada ano.

A Organização Mundial da Saúde estima que entre 130 e 150 milhões de pessoas vivem com hepatite C no mundo todo e que, na América, esta patologia afeta 13 milhões de pessoas.

Enquanto isso, segundo dados da OPAS, a hepatite B afeta de forma desigual a população da região: na Bacia Amazônica mais de 8% da população sofre com esta doença, enquanto em algumas regiões dos Estados Unidos e América do Sul a prevalência de hepatite C é de menos de 2%.

Em outras áreas da América Latina, as taxas de infectados oscilam entre 2% e 4% da população, segundo a OPAS.

"A maioria das pessoas infectadas com hepatite não sabe, o que aumenta o risco de deterioração paulatina do fígado, cirrose e câncer hepático, e de transmitir o vírus a outras pessoas", explicou o assessor principal em HIV, ITS e Hepatite da OPAS/OMS, Rafael Mazin.

Em entrevista à Agência Efe, o doutor José Luis Cañadas explicou que a hepatite C é contraída principalmente pelo contato com sangue contaminado através de transfusões não testadas adequadamente ou mediante intervenções cirúrgicas com elementos que não foram corretamente esterilizados.

Segundo Cañadas, diretor médico e de assuntos regulatórios da companhia farmacêutica AbbVie, o grande problema da hepatite C é que, geralmente, é uma doença assintomática de modo que o paciente não se dá conta que sofre com esta patologia até que a gravidade faz aflorar os sintomas.

Durante o período agudo no qual a doença não apresenta sintomas, os vírus buscam uma forma de ficar no organismo, que consegue se defender e eliminar a doença com uma probabilidade de entre 15% e 25%, segundo o doutor.

No entanto, no resto dos afetados, o vírus da hepatite C permanece e começa a destruir as células do fígado no que se conhece como a fase crônica da doença.

Depois, segundo explicou o doutor, passa à fase de fibrose, na qual o vírus destruiu células, que não são capazes de cicatrizar, formam um tecido fibrótico que permanece no fígado sem ter nenhuma função e essa fibrose segue evoluindo e pode produzir cirrose hepática entre 10% e 15% dos casos.

Essa evolução maligna significa que o fígado está quase destruído e, por isso, Cañadas insistiu na importância de realizar um diagnóstico precoce e rápido para evitar que a patologia avance.

EFE   
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