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Mais de 90% estão insatisfeitos com serviços de saúde no BR

19 ago 2014 - 16h59
(atualizado às 18h05)
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Foto: Ryan McVay / Getty Images

Uma pesquisa feita pelo Datafolha e encomendada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Paulista de Medicina (APM) divulgada nesta terça-feira (19) mostrou que 93% dos brasileiros se dizem insatisfeitos com os serviços de saúde, sejam eles públicos ou privados.

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Segundo o Datafolha, 60% dos 2.418 brasileiros com mais de 16 anos entrevistados em junho nos 27 estados do país qualificaram os serviços de saúde do Brasil com notas entre 0 e 4, descritas pelo CFM como ruins ou péssimas, e 33% concederam notas entre 5 e 7, consideradas como regulares.

De acordo com a pesquisa, os brasileiros consideram as filas de espera em hospitais e consultórios, a dificuldade para se ter acesso ao serviço e a má administração dos recursos destinados ao setor como os principais problemas do atendimento de saúde.

Cerca de 30% dos entrevistados afirmaram que tinham algum tipo de atendimento pendente, como uma consulta, um exame ou uma operação, e um terço dos mesmos se queixou que sua espera por esse procedimento já era superior aos seis meses.

Dos que aguardavam por algum atendimento, 22% admitiram que possuem plano de saúde e que, mesmo assim, não tinham conseguido ter acesso ao serviço.

Para o Conselho Federal de Medicina, esse percentual mostra que vários planos de saúde não oferecem os serviços prometidos ou não têm uma cobertura adequada.

Entre os que dependem da saúde pública, um pouco mais da metade disse ter dificuldades para conseguir ter acesso adequado ao serviço, especialmente quando necessitam de cirurgias, atendimento domiciliar e de procedimentos complexos como hemodiálise e quimioterapia.

Apesar da grande insatisfação com o atendimento de saúde em geral, apenas 87% qualificaram negativamente o serviço oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A pesquisa mostrou que para 87% dos brasileiros a saúde é o serviço de maior importância no país e para 57% uma área que o governo deveria dar total prioridade.

Para o presidente do CFM, Roberto Luiz d'Ávila, a pesquisa mostrou que a insatisfação com a saúde é geral em todo o país e não se limita aos serviços públicos.

"Não somos nós, médicos, que continuamos a dizer que a insatisfação é muito grande. No nosso meio, temos certeza absoluta de que esse atendimento é insatisfatório. E eu diria mais: é prejudicial", afirmou.

Apesar da avaliação ruim dos serviços, o Ministério da Saúde alega que os recursos destinados à saúde pública nos últimos anos triplicaram, chegando a R$ 91,6 bilhões este ano.

Parte dos novos recursos, acrescentou o Ministério, foi destinado a financiar o programa Mais Médicos, pelo qual o governo contratou 14,4 mil profissionais, a grande maioria cubanos, para oferecer serviços de saúde a 50 milhões de pessoas em municípios remotos ou isolados, além das periferias das grandes cidades.

EFE   
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