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Médicos colombianos iniciam pesquisa sobre seqüelas neurológicas do zika

27 fev 2016 - 12h47
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Neurologistas colombianos iniciaram neste sábado uma pesquisa para identificar as sequelas do zika vírus no sistema nervoso humano através de uma nova rede de estudo e pesquisa criada na Universidade do Vale, na cidade de Cali.

A formação deste grupo de especialistas, que trabalham na Colômbia e nos Estados Unidos, foi anunciada durante o XII Congresso Colombiano de Neurologia, realizado nos últimos dias 25 e 26.

Ali, o diretor do centro de pesquisa em mielite da Universidade Johns Hopkins, Carlos Pardo Villamizar, e a decana da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Icesi de Cali, Yuri Takeuchi, deram detalhes sobre o projeto.

"É um estudo colaborativo centrado na Universidade do Vale, lugar onde realizamos os testes de laboratório para estabelecer o diagnóstico do zika, ao que também se uniram universidades de Cúcuta, Santander, Antioquia, Barranquilla e Bogotá, além de colegas neurologistas interessados na pesquisa", explicou Pardo à Agência Efe.

Takeuchi destacou que o estudo está centrado nas consequências em adultos que se relacionaram com o vírus do zika, como a encefalite, a síndrome de Guillain-Barré e a mielite, mas também há um grupo interessado nos efeitos da doença em mulheres grávidas e seus filhos.

O grupo, que foi batizado como Estudo de Neurovírus Emergentes nas Américas (NEAS), começou a colher dados e a analisar os casos mais significativos do zika no país, dentre os 42.706 já confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde (INS) da Colômbia.

De acordo com Pardo, até o momento o grupo de pesquisa chegou à hipótese de que o vírus "pode estar provocando uma reação imunológica que produz doenças inflamatórias no sistema nervoso central ou no sistema nervoso periférico".

Além disso, Pardo afirmou que o NEAS também cogita que o zika "possa estar atacando de forma direta áreas ou estruturas do sistema nervoso como os nervos periféricos, mas é ainda uma parte da pesquisa".

No entanto, o diretor do centro de pesquisa em mielite da Johns Hopkins declarou que, se for confirmada a relação direta entre este vírus e doenças neurológicas, "a agressividade do zika é muito maior que a da dengue e pode ser maior que a da chicungunha".

"Uma das observações é que os problemas que presumimos que estão associados à infecção por zika pode produzir com mais frequência problemas neurológicos do que a dengue", explicou à Efe.

O vírus do zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da chicungunha e da dengue.

O zika está atualmente presente em grande parte de países da América Latina e do Caribe e, apesar de causar sintomas leves entre a maior parte dos infectados, preocupa especialmente por sua provável relação com casos de microcefalia em recém-nascidos e a síndrome neurológico de Guillain-Barré.

EFE   
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