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Médicos nos EUA fazem primeiro transplante mundial de crânio e couro cabeludo

5 jun 2015 - 15h54
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Um homem do Texas, nos Estados Unidos, recebeu um transplante de crânio e couro cabeludo, o primeiro desses procedimentos no mundo, além de um rim e o pâncreas, divulgou nesta sexta-feira o Hospital Metodista de Houston.

Quando o paciente, James Boysen, de 55 anos, deu entrada no hospital há duas semanas, estava os órgãos falhando e um ferimento na cabeça, produto da radiação à qual foi exposto durante seu tratamento contra o câncer, que não cicatrizava.

Ele sofria com esses problemas há pelo menos quatro anos.

Boysen foi operado em 22 de maio, em uma cirurgia que durou 15 horas e envolveu 50 profissionais, que deu a ele "uma nova oportunidade de vida", nas palavras do cirurgião Jesse Selber, do MD Anderson Câncer Center, que co-liderou a equipe de médicos.

O transplante, considerado o primeiro do mundo com estas características, enxertou um novo osso e pele na cabeça do paciente, reconectando os vasos sanguíneos através de um alfinete para manter o fluxo.

Segundo os médicos, esse era o único método para solucionar os múltiplos problemas que o paciente sofria.

"Tratava-se de uma situação clínica única, que nos deu a oportunidade de realizar este complexo transplante", disse Selber, cuja equipe do MD Anderson Câncer Center trabalhou lado a lado com os cirurgiões do Hospital Metodista de Houston.

Boysen, um programador de software que vive em Austin, recebeu alta ontem, quinta-feira, mas deve passar as próximas três semanas em um centro de reabilitação para pacientes que passaram por cirurgias complexas.

Em 1992, Boysen, que sofre de diabetes desde criança, recebeu seu primeiro transplante de rim e pâncreas, mas os remédios que tomou para evitar a rejeição dos novos órgãos o deixaram mais vulnerável ao câncer.

Ele desenvolveu leiomiossarcoma, um câncer raro que afeta o músculo liso involuntário, em seu caso, o couro cabeludo.

Embora tenha tido sucesso no tratamento com quimioterapia e radiação, ele o deixou com um profundo ferimento na cabeça no couro cabeludo e no crânio, chegando até o cérebro.

Paralelamente, seu pâncreas e seu rim também começaram a falhar.

"Não poderia receber novos órgãos sem curar o couro cabeludo, e não poderia curar o couro cabeludo sem receber meus novos órgãos", explicou o próprio Boysen em entrevista coletiva no hospital de Houston.

Os médicos decidiram que a solução para Boysen era um transplante simultâneo em 2011, mas até há poucos dias não havia surgido um candidato compatível.

O resultado da bem-sucedida operação é chamativo, já que o paciente tem uma cicatriz que vai da face, passa por toda a cabeça, e faz parecer que teve o crânio costurado.

EFE   
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