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Médicos Sem Fronteiras da Bélgica abandona Sudão por hostilidade do governo

29 jan 2015 - 15h38
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A unidade belga da organização Médicos sem Fronteiras (MSF) anunciou nesta quinta-feira o fim das atividades que mantinha no Sudão desde 1979, perante a hostilidade do governo desse país com seus colaboradores no território.

A ONG denunciou em comunicado que o Executivo sudanês nega de maneira sistemática acesso do grupo às pessoas atingidas em zonas de conflito, como nas regiões do Nilo Azul e Darfur, por isso se vê obrigada a encerrar as operações no país.

"A resposta do governo sudanês à presença da assistência humanitária internacional em zonas de conflito foi brutal na semana passada", disse o diretor de operações da MSF em Bruxelas, Bart Janssens.

Segundo ele, um avião de combate da força aérea sudanesa bombardeou um hospital administrado pela unidade francesa do MSF no estado do Cordofão do Sul.

A ONG advertiu da situação vivida no Nilo Azul, onde o governo sudanês impede o acesso dos serviços humanitários, de modo que só podem atender aos refugiados que conseguem chegar ao território do Sudão do Sul.

Sobre Darfur do Leste, o MSF informou que também não consegue trabalhar nesta região desde dezembro de 2012, data na qual seus membros que trabalhavam em um hospital e uma clínica móvel foram presos e expulsos do território sem explicações, segundo a ONG. Também denunciou as restrições contra suas atividades em Darfur do Sul.

"Chegamos a triste conclusão de que nas atuais circunstâncias não podemos realizar intervenções de emergência nem trabalhar para salvar vidas em três regiões do Sudão enormemente afetadas pelo conflito e onde as pessoas precisam desesperadamente da nossa ajuda", afirmou Janssens.

O MSF Bélgica afirmou que outras seções da ONG continuam trabalhando no Sudão, embora a unidade francesa tenha suspendido suas atividades em Cordofão do Sul após o atentado contra o hospital de Frandala, em 20 de janeiro.

Os rebeldes do Movimento Popular de Libertação do Sudão-Setor Norte (SPLM/N, sigla em ingês) combatem o exército sudanês nessas províncias do Cordofão do Sul e o Nilo Azul há três anos, enquanto o conflito em Darfur começou em 2003. Os confrontos no país deixaram mais de 300 mil mortos, segundo dados da ONU.

EFE   
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