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Novo tratamento com anticorpos ajuda a reduzir carga viral do HIV no corpo

8 abr 2015 - 15h38
(atualizado às 15h38)
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Cientistas americanos descobriram um novo tratamento baseado em anticorpos que poderiam reduzir a quantidade de vírus HIV presente no sangue de uma pessoa infectada, publicou nesta quarta-feira a revista "Nature".

Pesquisadores da Universidade Rockefeller realizaram o primeiro teste em humanos com uma nova geração dos anticorpos amplamente neutralizantes, capazes de resistir a várias cepas do HIV.

Em uma pessoa infectada com o HIV existe uma luta entre o vírus e o sistema imunológico, que se defende desse agente estranho que invadiu o organismo, explicou Marina Coaskey, co-autora do estudo.

Apesar de o corpo produzir anticorpos para atacar ao vírus, ele constantemente para escapar e consegue se manter o tempo todo um passo à frente dos anticorpos que o combate.

Esta nova pesquisa descobriu que a administração de um anticorpo potente chamado 3BNC117 pode surpreender o HIV com a guarda baixa e reduzir sua carga viral, relatou a pesquisadora.

"O especial destes anticorpos é que atuam contra mais de 80% das cepas de HIV e são extremamente potentes", disse Caskey.

Os anticorpos amplamente neutralizantes são produzidos naturalmente em entre 10% e 30% das pessoas com HIV, mas somente vários anos após o contágio.

Nesse momento, o vírus já evoluiu o suficiente para ser capaz de escapar destes poderosos anticorpos.

Os cientistas isolaram e clonaram o anticorpo 3BNC117 obtido de pacientes de longa duração e o aplicaram em indivíduos recentemente infectados para provar sua eficiência.

Pesquisas anteriores já tinham demonstrado o papel deste anticorpo para suprimir a infecção em ratos, mas esta é a primeira vez que a nova geração de anticorpos contra o HIV é testada em humanos.

Segundo o estudo, o mais provável é que o 3BNC117, como acontece com outros antirretrovirais, seja utilizado combinado com outros anticorpos ou remédios para manter a infecção sob controle.

"Um anticorpo só, como um remédio por si mesmo, não é suficiente para suprimir a carga viral durante muito tempo porque criará resistência", assinalou Caskey.

Além da possibilidade de tratamento, este estudo também aumenta as esperanças sobre uma vacina contra o HIV, já que este tratamento poderia ajudar a bloquear a infecção antes do desenvolvimento da doença.

EFE   
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