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Novos avanços contra o melanoma, o mais mortífero câncer de pele

1 jun 2013 - 14h13
(atualizado às 15h04)
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A medicina deu mais um passo nesta semana na luta contra o melanoma, um câncer de pele particularmente agressivo, mostraram os resultados de diversos estudos clínicos revelados neste sábado na conferência anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) em Chicago, nos Estados Unidos.

"Novos tratamentos mais precisos e imunoterapias que agem no sistema imunológico mostraram-se estratégias eficazes contra a progressão de tipos de câncer avançados e resistentes às terapias convencionais", explicou Gregory Masters, oncologista do centro de câncer Helen Graham, em Newark, durante a apresentação de diversos testes clínicos focados principalmente no melanoma.

Entre os estudos, um teste clínico de fase 2 (o segundo estágio na avaliação de um novo fármaco) com 245 pacientes acometidos por um melanoma com metástase mostrou que os anticorpos ipilumumab vendidos sob o nome de Yervoy pelo laboratório Bristol-Myers Squibb, combinados ao Leukine da empresa Genzyme, que estimula o sistema imunológico, reduziram em 35% o risco de morte em comparação com os pacientes que não tomavam o Yervoy.

Assim, mais de dois terços dos participantes tratados com a combinação Yervoy-Leukine estavam vivos um ano após o tratamento, contra metade do grupo de controle.

O Yervoy, um novo tratamento contra o melanoma avançado lançado em 2010, ativa uma proteína (CTLA-4) que aumenta a atividade dos linfócitos T, células-chave do sistema imunológico.

"Este teste clínico se soma aos ótimos resultados e avanços observados contra o melanoma nos últimos dois anos", ressaltou a médica Lynn Schuchter, porta-voz da ASCO e especialista em melanoma.

Outro estudo clínico de fase 1 (o primeiro passo na pesquisa de um remédio novo no homem) com 107 pacientes cujo melanoma avançado não reagia ao tratamento padrão mostrou que o nivolumab, um anticorpo estimulante do sistema imunológico desenvolvido pelo laboratório americano Bristol-Myers Squibb, permitiu uma redução de 30% do tumor em 31% dos pacientes.

Até agora, as imunoterapias permitiam reduzir os tumores apenas de 5 a 10%.

As possibilidades de sobreviver até dois anos são estimadas em 43% dos casos, indicaram os pesquisadores ao apresentar o teste clínico.

Este estudo preliminar não permite comparação direta com outros tratamentos, mas "os resultados são importantes, considerando uma expectativa de vida média que excede a obtida pela maior parte das terapias contra o melanoma vendidas atualmente", destacaram os pesquisadores.

"Acredito que o nivolumab representa um verdadeiro avanço para os pacientes que sofrem com um melanoma em estado de metástase e provavelmente para outras doenças", disse o médico Mario Szol, professor de oncologia da faculdade de medicina da prestigiada Universidade de Yale, em Connecticut, que dirigiu o estudo.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer de pele é responsável por 66.000 mortes por ano em todo o mundo, 80% das quais causadas por melanomas. A cada ano que passa, a incidência deste mal aumenta. Mais da metade dos pacientes têm menos de 59 anos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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