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Dia Mundial Vegano: saiba princípios e famosos que aderiram

Estilo de vida que defende direitos dos animais ainda é cercado de mitos

1 nov 2013 - 19h43
(atualizado às 19h57)
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O assunto sempre pode ser polêmico. Churrasqueiros de plantão acham a maior barbaridade, mas os praticantes da dieta que restringe a ingestão de qualquer produto proveniente de animais, não. E com os últimos acontecimentos envolvendo os beagles de São Roque, o tema vem à tona. Trata-se da opção de vida vegana, cujo dia mundial é comemorado hoje (1).

A data foi implantada em 1994, quando foi fundada a Vegan Society, na Inglaterra. Vários famosos aderiram ao movimento e uma das principais ativistas é a atriz americana Alicia Silverstone. A protagonista dos filmes As Patricinhas de Beverly Hills criou até mesmo um programa de doação de leite materno entre mães veganas. Por aqui, a apresentadora Luisa Mell é a representante mais ativa do estilo de vida e divulga receitas veganas em seu blog.

Mas qual a diferença entre vegano e vegetariano? O vegetariano não come produtos de origem animal, incluindo aí ovos ou leite. Já os veganos vão mais longe. Além de não comer carne e derivados de animais, também não usam nenhum tipo de produto que tenha sido testado em animais. Alimentos, roupas, cosméticos e até remédios devem se encaixar nessa categoria.

Não há números oficiais de veganos no Brasil, mas nos Estados Unidos, uma pesquisa realizada pela revista Vegetarian Times, divulgada recentemente, mostra que 3% da população no país é vegetariana.

Segundo George Guimarães, nutricionista vegano e presidente da ONG Veddas (Vegetarianismo Ético, Defesa dos Direitos Animais e Sociedade), uma dieta vegetariana não traz nenhum prejuízo à saúde e, sim, benefícios. "É adequada para todas as fases da vida e praticada com critérios que não colocam a saúde em risco", afirmou. Os critérios citados por Guimarães incluem um reaprendizado na maneira de se alimentar. "Em geral a carne é o centro do prato. Quando se tira, sobra muito pouco", diz, explicando o motivo de muitos acharem a dieta restrita.

Sem unanimidade

O assunto, porém, é polêmico e não há unanimidade entre os conselhos regionais de nutrição. No ano passado, o Conselho Regional da terceira região, que regula profissionais do Estado de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, emitiu parecer favorável ao vegetarianismo. O documento dizia que poderia ser adotada em qualquer etapa da vida. Já os demais órgãos não recomendam a dieta para crianças ou gestantes, em sua maioria. A atriz Natalie Portman declarou que abandonou a dieta vegetariana durante a gestação.

George Guimarães discorda da atitude da atriz e afirma que a saúde do vegetariano é garantida pela diversidade de alimentos. A pessoa deve consumir grãos, frutas, legumes e temperos na maior variedade possível. O nutricionista afirma que soja, tofu e tahine (pasta à base de gergelim), itens que são normalmente associados a uma dieta sem carne, são alimentos-chave. Os dois últimos, principalmente, fornecem boas quantidades de ferro e cálcio.

"É preciso ficar atento ao vegetarianismo, principalmente aos mais restritos, a fim de se evitar problemas como a deficiência de ferro, vitamina B12 e proteínas, que podem ocasionar anemia, alterações neurológicas e queda da imunidade", diz Marcela Frias, nutricionista da clínica Dicorp, no Rio de Janeiro.

As pessoas que não ingerem carne, porém, podem ter reduzidos os níveis de vitamina B12. Produzida por bactérias, chega ao organismo humano por meio de produtos de origem animal, que tiveram contato com os microorganismos quando vivos. Vegetarianos não ingerem a vitamina e por isso é necessária a suplementação, geralmente semanal.

Segundo Marcela Frias, a deficiência de vitamina B12 pode causar anemia e alterações neurológicas. Podem surgir sintomas como: confusão mental, perda de memória, baixa coagulação do sangue e perda de apetite.

Diversos estudos mostram benefícios da dieta vegetariana. Uma pesquisa recente, realizada pela Universidade Loma Linda, na Califórnia, com mais de 70 mil pessoas, mostra que abandonar itens de origem animal prolonga o tempo de vida, associando com boa pressão arterial e bons níveis de colesterol, menos chances de desenvolvimento de doenças crônicas, diabetes e problemas do coração.

Beleza vegana

Dentro da causa vegana, os cosméticos vêm ganhando mais popularidade. A rede americana The Body Shop, uma das mais populares do mundo no segmento, anunciou que pretende abrir lojas no Brasil. Outras como a Zerran, também dos Estados Unidos, já chegaram por aqui.  “Além de todo o conceito de não agredir os animais e toda parte de respeito à natureza, não é necessário testar um produto em um bicho para dizer se ele é bom ou não”, diz Rony Rechtman, sócio da Zerran Brasil.

Outras marcas também seguem esse principio como a Est, da empresária Luciana Portolano, que acaba de lançar linha com ativos da Mata Atlântica brasileira. A top Gisele Bundchen, apesar de não ser vegetariana, também apoia o uso de cosméticos sem adição de itens de origem animal e que não tenham sido testados nos mesmo. A modelo é criadora da marca Sejaa.

"Para entrar nesse mundo natural é preciso estar ligado essencialmente a um conjunto de valores que conduz uma iniciativa empreendedora ao sucesso por meio de uma atuação pautada pela ética e pela seriedade na transformação da natureza em fórmulas consagradas para o bem-estar individual, em comunhão com o bem-estar do Planeta", diz Clélia Cecília Angelon, fundadora da marca Surya Brasil, criada em 1995.

Na moda, a principal representante vegana é a inglesa Stella McCartney. Sua marca não usa couro ou peles de animais em nenhum produto.

Fonte: Ponto a Ponto Ideias Ponto a Ponto Ideias
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