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Salada calórica e açúcar nos salgados: evite pegadinhas com dieta de avó

28 nov 2013 - 17h19
(atualizado às 18h59)
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<p>Com menos acesso à informação e pesquisas, as avós apostavam em alimentos naturais que, segundo Marcia Kedouk, são a chave para uma vida mais saudável</p>
Com menos acesso à informação e pesquisas, as avós apostavam em alimentos naturais que, segundo Marcia Kedouk, são a chave para uma vida mais saudável
Foto: Getty Images

Que as avós são muito mais mestres na arte de cozinhar do que muito chef renomado, ninguém duvida. Mas um novo livro sugere que estas simpáticas senhorinhas também têm muito a nos ensinar quando o assunto é nutrição. Por trás daqueles grandiosos almoços de domingo e para além dos gostos e preferências, existe uma sabedoria comum à maioria delas: antigamente, o que era ‘hype’ era apostar nos alimentos naturais. Nada de molho de tomate pronto, lasanha congelada ou suco de caixinha - obviamente, a qualidade nutricional de tudo que é natural é infinitamente superior.

A constatação vem do livro Prato Sujo - Como a Indústria Manipula os Alimentos para Viciar Você, da Superinteressante (Editora Abril), da jornalista Marcia Kedouk. “Nunca tivemos tanta informação acessível sobre alimentação, e nunca comemos tão mal. A ideia era investigar qual era o problema dessa equação que não bate. Antes, com menos pesquisas e menos acesso, as pessoas comiam melhor”, observa. Para escrever o livro, Marcia se apoiou em estudos da área e em entrevistas com mais de 100 fontes brasileiras, da Europa e Estados Unidos, ao longo de um ano. Ela defende que, diferente das nossas avós, hoje em dia não comemos mais “comida” e, sim, “produtos alimentícios”. “Não sabemos mais qual é o gosto da comida de verdade", pontua.

Compare a quantidade de sódio presente nas bebidas

A autora explica que o livro não se propõe a ser um guia de dieta ou emagrecimento. O objetivo é ampliar o conhecimento sobre os alimentos industrializados, para que as pessoas passem a fazer escolhas mais inteligentes. Com uma rotina cada vez mais agitada, poucas pessoas têm paciência, tempo, disciplina e motivação para descascar, cortar e preparar pratos e sucos naturais. O que está à mão é o que acaba indo para o estômago: suco de caixinha, bolachas, barrinhas – tudo vira opção quando bate aquela fome no meio do dia. Neste cenário, a consciência alimentar vira sinônimo de qualidade de vida.  

<p>Livro mostra como os produtos industrializados acabam padronizando o paladar e estimulando o cérebro a ingerir mais sal e açúcar do que o necessário </p>
Livro mostra como os produtos industrializados acabam padronizando o paladar e estimulando o cérebro a ingerir mais sal e açúcar do que o necessário
Foto: Divulgação

Dados

Quando o assunto é saúde, os dados levantados são realmente alarmantes. De acordo com a publicação, mais de 90% dos brasileiros não atingem as recomendações mínimas de ingestão de verduras, legumes e frutas. Além disso, o consumo de bolacha e gordura vegetal subiu 400% nos últimos anos.

A obesidade infantil, por sua vez, cresceu 550% no País desde os anos 1970; enquanto 56% dos bebês com menos de 12 meses tomam refrigerante e 8% das crianças já são diabéticas ou hipertensas.

Indústria em ação

Marcia explica que a indústria alimentícia vem trabalhando para monitorar o cérebro humano e entender, cada vez com mais profundidade, o que mais agrada ao paladar e às células nervosas. “Existem cientistas dentro de laboratórios estudando o sistema digestivo humano. Eles monitoram a absorção do alimento na língua, quanto tempo leva para atravessar o esôfago, o intestino, como chegam às células nervosas. Temos um ‘segundo cérebro’ no sistema digestivo, com células com receptores nervosos que mandam para o cérebro várias informações”, explica.

Segundo a autora, os estudos existentes hoje em dia são bastante sofisticados e investigam os produtos que liberam a maior quantidade de dopamina – definida por ela como a “substância chave do prazer na alimentação". Com isso, fica fácil entender porque o corpo aprova, com facilidade, tudo o que é industrializado. Ela observa ainda que isso é reforçado pelo fato de que, na era moderna, a alimentação deixou de ser associada à sobrevivência e agora está ligada mais ao prazer. “Hoje nem temos mais tempo para sentir fome. Se estamos paradas no trânsito, compramos uma pipoquinha para passar o tempo”.  

Sal no doce e açúcar no salgado

Já se sabe que o sal e o açúcar são alguns dos principais vilões da alimentação. O grande problema neste sentido, segundo Marcia, é como eles estão “escondidos” dentro dos produtos industrializados e acabam sendo ingeridos em grande quantidade. Ela explica que ambos são conservantes naturais. Além disso, enquanto o sal realça o sabor dos alimentos, o açúcar traz energia e, quando entra em contato com a língua, manda um comando para o cérebro que libera a dopamina.

A indústria também usa estes dois componentes para disfarçar o sabor dos outros produtos químicos que, por sua vez, têm gosto ruim e são utilizados para conservar o sabor dos alimentos, fazê-los durar mais e chegar o mais próximo do sabor real. “No refrigerante, se você tirar um pouco de sódio, não consegue beber. Ele fica com gosto metálico”. O exagero de consumo de produtos industrializados também acaba habituando o paladar e isso faz com que muitas pessoas se fechem para outros tipos de alimentos. “Os produtos industrializados padronizam o paladar de todo mundo. Então passamos a achar que ele é doce ou salgado, não temos mais paladar para o azedo, para o amargo”, analisa.

Cometer excessos desse jeito acaba sendo só mais uma consequência deste processo. Como o sal e o açúcar deixam os alimentos mais saborosos, levam as pessoas a comerem mais. “Se você come brócolis sem sal, você vai comer pouco. Mas se encher de sal, vai acabar comendo um monte”.

Foto: Arte Terra

Trecho retirado do livro Prato Sujo - Como a Indústria Manipula os Alimentos para Viciar Você

Foto: Arte Terra

Trecho retirado do livro Prato Sujo - Como a Indústria Manipula os Alimentos para Viciar Você

Treinando o paladar

Na busca por uma alimentação mais saudável, algumas pessoas acabam em um meio-termo – querem deixar de ser "junkies", mas ainda não aceitam o sabor puro de uma folha de alface. E é aí que entra a “salada de mil calorias”, um dos tópicos abordados no livro. Antes de acrescentar itens como queijo ralado, croutons e nozes à salada, vale fazer as contas das caloiras para não acabar com um prato muito calórico e gorduroso (veja tabela abaixo).

A boa notícia é que o paladar é “altamente ensinável”, segundo a autora.  Tudo vai depender do hábito. “Se a sua família costuma colocar sal na salada, você vai achar horrível sentir o gosto da alface. Mas se passar a comer sem, vai se acostumar”. Pensar antes de levar qualquer coisa à boca também vale a pena, em nome de uma rotina alimentar com mais qualidade. “Obviamente, se as pessoas tiverem mais informação, podem evitar algumas coisas e acabar emagrecendo. Quer comer um nugget? Então saiba antes que ele é um conjunto de 35 componentes químicos e frango.” 

Foto: Arte Terra

Trecho retirado do livro Prato Sujo - Como a Indústria Manipula os Alimentos para Viciar Você

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Fonte: Terra
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