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O que é circuncisão? Mulher tem fimose? Tire 11 dúvidas

De circuncisão feminina à masculina, veja respostas de especialistas para as perguntas mais comuns

2 jun 2015 - 19h19
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Beth Szafir posa com a nora Luhanna Melloni no dia da cerimônia de circuncisão do neto Mikael
Beth Szafir posa com a nora Luhanna Melloni no dia da cerimônia de circuncisão do neto Mikael
Foto: @bethszafir / Instagram / Reprodução

Recentemente, Beth Szafir compartilhou fotos da cerimônia de circuncisão de seu neto Mikael, filho de Luciano Szafir e Luhanna Melloni. Trata-se do brit milá, prática judaica que acontece uma semana após o nascimento do bebê de sexo masculino. Mas, afinal, você sabe exatamente o que é circuncisão e que, além de estar ligada à religião, também tem finalidade médica? Tire 11 dúvidas sobre o assunto, com explicações dos urologistas Flávio Iizuka, do Hospital Leforte, e Alexandre Crippa, coordenador do Núcleo de Urologia do Hospital Samaritano de São Paulo.

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Os pais Luhanna Melloni e Luciano Szafir no brit milá do filho Mikael
Os pais Luhanna Melloni e Luciano Szafir no brit milá do filho Mikael
Foto: @bethszafir / Instagram / Reprodução

1 – O que é circuncisão?

É a cirurgia para retirada do prepúcio, a pele que recobre a glande (conhecida popularmente como “cabeça” do pênis).

2 – Como é realizada a circuncisão?

É feita com a retirada de uma faixa de pele (prepúcio), “deixando a glande parcialmente ou totalmente descoberta, de acordo com a preferência do paciente, dos familiares ou por recomendação do médico”, segundo o urologista Iizuka. “É uma cirurgia que, em crianças, sempre é realizada com anestesia geral. Em adultos, pode ser realizada com anestesia local ou, para um maior conforto do paciente, também com anestesia geral”, completou o urologista Crippa.

3 – A circuncisão é indicada em casos de fimose. O que exatamente é fimose?

Fimose é quando o prepúcio (pele que recobre a glande) impede parcial ou totalmente a exposição da glande. Ela pode ser congênita (primária) ou adquirida (secundária). A secundária é mais rara e pode acontecer após sucessivas infecções no pênis. “Pode-se afirmar que todas as crianças têm fimose ao nascer, mas, com exercícios de exposição da glande, a maioria dos casos acaba regredindo gradualmente”, afirmou o urologista Iizuka.

4 – Toda fimose leva à necessidade de circuncisão? 

Não, pois exercícios de exposição da glande orientados por profissionais e o uso de pomada específica podem evitar a cirurgia na maioria dos casos. A circuncisão é sempre indicada quando o paciente não consegue expor a glande para realizar a higiene adequada, mesmo depois de ter apostado nessas medidas mais simples. “A falta de higiene correta leva ao risco de desenvolver câncer de pênis e seu tratamento é muito agressivo, sendo em alguns casos necessária a amputação”, explicou o urologista Crippa. A cirurgia também é recomendada quando houver inflamação recorrente da glande e prepúcio, especialmente nos casos que evoluem com aderências do prepúcio com a glande, como acrescentou Iizuka.

5 – Caso haja fimose, crianças a partir de quanto tempo podem fazer circuncisão?

“Na minha opinião, a melhor idade é a partir do primeiro ano, quando a criança está maior e o risco da anestesia é consideravelmente menor, assim como o risco de adquirir infecções”, respondeu o urologista Iizuka.

6 - Quando se realiza a circuncisão em bebês sem necessidade médica, como em tradições religiosas, isso traz algum problema, do ponto de vista da medicina?

“Não traz nenhum problema médico, inclusive devemos respeitar essas tradições que são milenares e realizadas em praticamente toda população masculina no caso dos judeus. Existem bons argumentos para realização em massa, pela proteção na transmissão de várias doenças sexualmente transmissíveis e redução no risco de balanopostite (infecção na ponta do pênis) e câncer de pênis”, opinou o urologista Iizuka. “Entretanto, todo e qualquer ato cirúrgico, mesmo a circuncisão, pode ter complicações como hemorragia, hematomas locais e infecção após cirurgia, e isso é motivo de consulta aos médicos”, completou.

Na tradição judaica, a circuncisão é realizada pelo rabino
Na tradição judaica, a circuncisão é realizada pelo rabino
Foto: @bethszafir / Instagram / Reprodução

7 – Em caso de fimose, se não fizer a cirurgia, quais são as complicações em crianças e adultos?

Em crianças com fimose severa, as complicações mais frequentes são infecção na ponta do pênis (conhecida como balanopostite) e infecção urinária. As complicações mais comuns em adultos são dor com impossibilidade para ato sexual, rompimento da pele do prepúcio com aparecimento de fissuras ou rotura do freio, que geralmente provoca sangramento e maior risco de contrair ou transmitir DST. “Está comprovado que não realizar circuncisão em pacientes com indicação cirúrgica aumenta o risco de câncer de pênis”, completou o urologista Iizuka.

8 – Quais são os efeitos da circuncisão na vida sexual? Pode levar a algum problema sexual?

A sensibilidade e o prazer continuam iguais, como informou Iizuka. “A circuncisão não afeta a ereção, contudo a retirada da pele pode deixar a glande mais sensível após a cirurgia, durante as primeiras semanas de pós-operatório”, afirmou o médico Crippa. “Segundo alguns estudos, pode levar a um maior tempo para o homem chegar ao orgasmo, aumentando o tempo para a ejaculação devido à perda de sensibilidade com a exposição continua da glande”, comentou Crippa. Mas, na opinião de Iizuka, a cirurgia não leva à disfunção erétil ou retardo na ejaculação, já que os nervos envolvidos na ereção e na ejaculação ficam intactos.

9 – Algumas pesquisas realizadas com africanos mostraram que homens circuncidados têm menos risco de contrair o vírus HIV. Por que isso ocorre?

Entre as explicações está que o prepúcio tem receptores celulares que permitem que o vírus (e outros agentes causadores de doenças sexualmente transmissíveis) reconheça o pênis como seu órgão-alvo de contágio, sendo assim, os circuncidados têm um pênis “camuflado” para os agentes de DST. “Outra explicação é que o pênis operado tem a mucosa da glande mais resistente pelo simples atrito constante com a roupa, que fica menos vulnerável a pequenas fissuras ou ferimentos no ato sexual, mesmo nas relações mais traumáticas”, completou Iizuka. O fato de ser circuncidado, porém, não exclui a necessidade de proteção com camisinha durante as relações sexuais.

10 – O que é a circuncisão feminina? Quais são os seus riscos? 

A circuncisão genital feminina é conhecida como mutilação genital feminina e consiste na remoção ritualista de parte ou de todos os órgãos sexuais externos femininos, como o clitóris, o prepúcio clitoriano e, em alguns casos, inclusive os pequenos e grandes lábios. É realizada com uma lâmina de corte, normalmente sem anestesia, em alguns países da África, Ásia e Oriente Médio. “Não traz nenhum benefício à mulher, mas consequências que dependem do procedimento realizado. Entre elas estão dor, infecções, hemorragias, complicações no parto e impossibilidade de engravidar. De uma forma geral, as mulheres ficam impossibilitadas de ter prazer no ato sexual”, listou Iizuka.

11 – Existe fimose feminina?

O urologista Crippa disse que sim. Trata-se de uma aderência entre os pequenos lábios vaginais. “Ocorre principalmente em crianças de até 18 meses. Pode surgir por microtraumas, processos inflamatórios ou infecciosos, e está relacionada com a baixa concentração do hormônio estrogênio. O diagnóstico geralmente é feito pelo médico em exame de rotina e o tratamento consiste em massagem com um creme a base de estrogênio, que, na maioria dos casos, desfaz a aderência, deixando a cirurgia para ser realizada em último caso”, explicou.

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Fonte: Terra
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