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OMS acredita ser possível deter epidemia de ebola em 2015

4 ago 2015 - 13h23
(atualizado às 13h38)
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera possível acabar com a epidemia de ebola na África Ocidental antes do final deste de ano, mas para isso é necessário não só continuar o trabalho minucioso e intenso de detectar e isolar cada caso, mas, principalmente, não ter expectativas infundadas.

"O maior risco é mostrar uma euforia irracional ou expectativas irreais", afirmou em entrevista coletiva Bruce Aylward, o principal responsável da resposta à epidemia de ebola da OMS.

A realidade no território demonstra que o trabalho feito nos últimos 18 meses deu resultado, mas há altos e baixos. Apesar do grande avanço, ainda se está longe de poder afirmar que o aguardado objetivo de ter "zero caso" será alcançado em curto prazo.

Pela primeira vez, na semana passada foram detectados apenas dois casos nos três países mais atingidos: um em Guiné e outro em Serra Leoa. Nenhum na Libéria.

No entanto, nesta terça-feira, dois novos casos de pessoas doentes sem vínculo com a cadeia de transmissão conhecida foram registrados. Isso significa que há infectados fora de controle, cujos casos são desconhecidos e que continuam transmitindo a doença. Segundo Aylward, é muito provável que apareçam novas notificações nas próximas três semanas.

Atualmente, 1.900 pessoas estão isoladas ou em quarentena por ser contato de um infectado. Por outro lado, pela primeira vez, na semana passada ninguém morreu nessas comunidades. Estatisticamente, a possibilidade de um paciente que morre em casa infectar outro é de 50%, enquanto se o óbito acontecer em um centro de tratamento o índice cai para 20%.

"Dois casos não são zero e isso não acontecerá nas próximas semanas. Zero caso é um objetivo possível, mas que está sujeito a muitos aspectos, como a chuva, a colaboração da comunidade, o controle dos infectados, a obtenção de dinheiro e apoio...", listou Aylward.

Durante o verão, a África Ocidental sofre com as fortes chuvas e as tempestades tornam os deslocamentos e o controle muito mais difíceis. Cabe lembrar que durante agosto de 2014 os casos se multiplicaram exponencialmente.

De acordo com Aylward, os serviços de saúde ainda não tem o total apoio das comunidades, pois há pessoas que não informam seu estado de saúde, fogem e infectam outras.

"Muita gente ainda tem medo. Acha que vai morrer e foge para sua terra com a sua gente", explicou.

No entanto, os que sobrevivem adquirem papel fundamental para contar a sua história.

Sobre o anúncio que uma das vacinas contra o teve resultados muito promissores, Aylward comemorou, mas disse que isto não modificará a situação no território.

"A vacina é pensada para proteger os contatos dos doentes, mas para proteger estes contatos é preciso conhecer qual é o infectado inicial", ressaltou.

O especialista pediu paciência e manutenção do cuidado, pois a resolução é possível, mas não em curto prazo.

"Deter a transmissão do vírus este ano é um objetivo realista, mas ninguém deveria pôr uma data, porque ainda há muitos desafios", concluiu.

O primeiro caso de ebola surgiu em Guiné em dezembro de 2013. Em março de 2014, o surto foi declarado e rapidamente foi constatado que o vírus tinha se expandido aos países vizinhos, Libéria e Serra Leoa. Em um ano e meio, a epidemia registrou 27.787 infectados, sendo que 11.294 morreram.

EFE   
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