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OMS afirma que vacina contra malária poderá ser administrada a partir de 2017

24 jul 2015 - 09h29
(atualizado em 5/8/2015 às 13h16)
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) comemorou nesta sexta-feira a primeira vacina contra a malária, mas assinalou que só poderá ser administrada " a partir de 2017", após ser aprovada por este organismo e pelos diferentes governos nacionais.

O porta-voz da OMS, Gregory Hartl, celebrou a Agência Europeia de Remédios (EMA) tenha dado hoje sinal verde à vacina, mas para uso exclusivo em bebês entre seis semanas e 17 meses.

Hartl deixou claro que a EMA "deu uma opinião" e explicou que agora os especialistas deverão analisar também "outros temas de saúde pública".

A OMS se reunirá em outubro para discutir os diferentes relatórios e publicará sua conclusão em novembro.

"Será analisada a relação entre seu custo e sua eficácia e sua disponibilidade para ser adquirida", explicou Hartl, que insistiu que a introdução da vacina não deve reduzir os programas de luta contra a malária, como a distribuição de mosquiteiros com inseticida, tratamentos e teste de diagnóstico.

Espera-se que a OMS também emita um veredicto positivo, e assim que houver o aval da instituição começará outro processo, para que os países afetados regulem o uso e administração da vacina, o que implica que ela não será administrada "até 2017", especificou Hartl.

A vacina RTS, denominada Mosquirix, foi desenvolvida pela companhia farmacêutica GlaxoSimithKline (GSK) em parceria com a ONG PATH, junto de vários centros africanos de pesquisa.

O atual diretor do Programa de Malária da OMS, o espanhol Pedro Alonso, trabalhou durante 15 anos antes de assumir o cargo exatamente na elaboração da mencionada vacina.

Nos estudos clínicos realizados em sete países africanos, foi comprovado que a vacina oferece "proteção modesta" contra a malária no primeiro ano após sua administração.

Além disso, a eficácia do produto diminui depois do primeiro ano. Apesar desta eficácia moderada, a EMA decidiu dar sinal verde ao produto.

No entanto, ainda será necessário determinar muito bem quais grupos de idade e a forma de administração para que o processo de imunização seja o mais eficaz possível.

No mundo há 3,2 bilhões de pessoas em risco de contrair malária, 1,2 bilhão em situação de alto risco.

Estima-se que em 2013 198 milhões de pessoas contraíram a doença e delas 584 mil morreram, 90% na África.

A vacina foi criada para evitar a infecção do Plasmodium falciparum, o parasita principal na África e causador do tipo de malária que possui maior índice de fatalidade no mundo.

É por isso que, em princípio, não deveria ser eficaz contra o Plasmodium Vivax, o parasita presente nos vetores (mosquitos) que majoritariamente vivem na América Latina.

Hartl não quis responder se por isso a vacina não será recomendada para as regiões que não sejam endêmicas do Plasmodium falciparum.

A GlaxoSmithKline confirmou que, se a comercialização da vacina for confirmada, a oferecerá com 5% de margem além do preço de custo, percentual que reinvestirá na pesquisa de mais vacinas contra a malária e outras doenças tropicais.

A Aliança Mundial para a Imunização, já anunciou sua disponibilidade de ajudar a introduzir a vacina nos países que não contarem com recursos para comprá-la.

EFE   
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