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ONU critica recomendação às mulheres de não ficarem grávidas devido ao zika

5 fev 2016 - 09h46
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A ONU criticou nesta sexta-feira a recomendação de alguns países latino-americanos afetados pela propagação do zika vírus, que pediram que as mulheres não fiquem grávidas, e disse que isto "ignora a realidade de muitas mulheres e meninas" que vivem em "um entorno onde a violência sexual é tão comum".

Por isso, pediu aos países afetados pela propagação de casos de zika que garanta que as mulheres tenham informação, apoio e serviços necessários para decidir se desejam ficar grávidas e o momento oportuno para isso.

Esses serviços devem incluir a contracepção, incluída a de emergência, serviços de atendimento materno e de aborto seguro, de acordo com a lei, precisou.

"Esta situação é um claro desafio para os governos na América Latina, mas a recomendação às mulheres de atrasar o momento da gravidez ignora a realidade de muitas mulheres e meninas", disse o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein.

Hussein lembrou que há muitos casos nos quais mulheres e meninas "simplesmente não podem exercer um controle e ficam grávidas", por isso que pediu que acabem com as normas e medidas que restringem seu acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva.

O responsável de direitos humanos da ONU foi muito claro ao dizer que "em situações em que a violência sexual é latente e os serviços de saúde sexual e reprodutiva são criminalizados, ou simplesmente inexistentes", a recomendação de alguns governos é inadequada.

"Muitos dos assuntos-chave nesta situação têm a ver com o fracasso dos homens em defender os direitos das mulheres e meninas", por isso que são necessárias "fortes medidas" para resolver este problema subjacente, afirmou Zeid.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou esta semana uma emergência sanitária de preocupação internacional pela possível associação entre os casos de microcefalia e desordens neurológicos em bebês e o aumento de casos de pessoas contaminadas com o zika vírus.

A relação causa-efeito entre ambas ainda não está cientificamente comprovada.

EFE   
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