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Pesquisa: 7% dos pacientes com câncer deixam tratamento por efeito colateral

28 set 2014 - 11h59
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De acordo com uma pesquisa realizada com 7.899 pessoas da França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Espanha e que foi apresentada neste domingo no Congresso ESMO 2014, 7% dos pacientes oncológicos interrompem o tratamento pelos efeitos colaterais.

"Dentre esses 7% (531 de um total de 7.899), 87% seguiam um tratamento citotóxico e 13% um tratamento hormonal", explicou Reena Khanna, da empresa de consultoria "IMS Health" em Londres e primeira signatária do trabalho.

A informação foi recolhida pelos próprios oncologistas a partir de questionários; cada especialista apresentou uma seleção de seus casos mais recentes.

Os 531 casos analisados de pacientes que interromperam seus tratamentos por efeitos colaterais foram registrados entre janeiro e dezembro de 2013 nos cinco países participantes.

Os cânceres com maior taxa de interrupção de tratamento neste estudo coincidiram com os mais prevalentes.

Assim, entre os cinco países, 22% dos que deixaram o tratamento tinham um tumor de mama; 14% um câncer colorretal e 13% câncer de pulmão de não pequenas células.

Aproximadamente 65% dos pacientes europeus que interromperam o tratamento recebiam quimioterapia, em 39% dos casos uma combinação de citostáticos tradicional com um ou mais fármacos, e o resto algum tratamento dirigido.

Os principais efeitos secundários para provocar o abandono foram neutropenia -baixa drástica de defesas - (36%), náuseas e vômitos (23%), anemia (21%), neuropatia (17%) e mucosite (15%).

"Apesar dos guias do ESMO para o manejo da neutropenia, este continua sendo um efeito secundário ao qual é atribuída a interrupção do tratamento em muitos tipos de tumor", explicou Khanna.

No caso dos pacientes que recebiam um tratamento hormonal, a dor (51%) foi o principal efeito adverso para deixar o tratamento, seguido dos sufocos (31%).

No Congresso também foi apresentado hoje um novo tratamento que aumenta em 40% a sobrevivência de um tipo de câncer de mama muito agressivo, HER2 positivo com metástases, segundo recolhe um estudo.

Nesta pesquisa participaram 250 centros de 19 países e 808 mulheres com este tipo de câncer de mama.

Um acompanhamento a longo prazo, de 50 meses, deste estudo demonstrou os benefícios do novo fármaco neste câncer com metástases, assinalam seus autores, já que a sobrevivência global passou de uma média de 40,8 meses a 56,5, alcançando 15,7 meses mais de vida.

O tratamento acrescenta um novo princípio ativo, pertuzumab, ao atual com trastuzumabe e quimioterapia.

O câncer de mama HER2 positivo representa entre 15% e 20% do total deste tipo de tumores.

EFE   
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