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Por zika, EUA aconselham grávidas ou em idade reprodutiva a usarem camisinha

5 fev 2016 - 18h48
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O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos recomendou nesta sexta-feira às mulheres grávidas ou em idade reprodutiva que usem camisinha para reduzir o risco de contágio do vírus do zika.

"O zika é preocupante pelo risco que implica para as mulheres grávidas e para o feto em desenvolvimento, e porque há uma grande necessidade de entender (melhor o vírus) e fazer mais para abordar a doença da forma mais efetiva possível", declarou em entrevista coletiva o diretor do CDC, Tom Frieden.

As autoridades sanitárias anunciaram esta decisão após confirmar a transmissão sexual do vírus através da análise de laboratório.

As novas diretrizes recomendam o uso de preservativos ou a abstinência para os parceiros de mulheres grávidas que tenham viajado para uma região em que há registro da atividade do vírus, para evitar o contágio durante a gestação.

"Nossa prioridade é evitar o contágio do zika nas mulheres grávidas, devido ao efeito que a doença tem no feto em desenvolvimento", explicou Frieden.

A recomendação inclui qualquer tipo de atividade sexual, vaginal, anal ou oral, para minimizar o risco de contágio, especialmente durante a gravidez.

As autoridades ainda não sabem por quanto tempo o vírus permanece no sêmen, por isso aconselharam o uso de preservativo até o fim da gravidez para evitar a exposição.

"Não sabemos por quanto tempo o vírus persiste no sêmen. Estão sendo feito estudos a respeito, mas podem passar semanas ou meses antes que saibamos", afirmou.

Ele destacou, no entanto, que a transmissão através da picada de mosquito continua sendo a principal causa de contágio, por isso, é determinante para quem vive ou viaja para as regiões afetadas extremar as medidas de precaução.

Os especialistas recomendaram às mulheres grávidas adiar qualquer viagem a estas regiões até que o bebê nasça.

Por enquanto 30 países e territórios fazem parte da lista de alerta de viagens do CDC, que inclui quase toda a América Latina.

O CDC recomendou às mulheres grávidas que tiverem viajado para alguma das regiões afetadas pelo zika que façam testes de detecção do vírus entre as duas e 12 semanas após o retorno, mesmo que não tenham sintomas.

"As mulheres grávidas que viajaram para as regiões em que o zika é endêmico devem ter prioridade para fazer os testes de detecção do vírus do zika", disse Frieden.

O CDC analisa também a possibilidade de o vírus ser transmitido através do sangue ou da saliva, embora por enquanto não tenha dado nenhuma recomendação a respeito.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Brasil, reportou hoje que o vírus do zika está presente de forma ativa na urina e na saliva humana, embora ainda não haja evidências de que estes dois fluidos possam transmitir o vírus de uma pessoa a outra.

A Cruz Vermelha Americana, a maior organização de coleta de sangue dos Estados Unidos, anunciou recentemente que toda pessoa que quiser fazer uma doação de sangue deverá esperar 28 dias após retornar de um dos países afetados pelo zika.

Até agora foram registrados 50 casos de zika por contágio externo nos Estados Unidos e um através de contágio sexual local, em Dallas, de acordo com números do CDC.

Destes 50, seis foram entre mulheres grávidas, e uma delas deu à luz a um bebê com microcefalia.

Frieden advertiu que é provável que haja mais casos locais no futuro. "Antecipamos que poderia haver transmissão local em algumas partes dos Estados Unidos, particularmente em áreas onde os mosquitos que transmitem a doença estão presentes. Esperamos e acreditamos que a transmissão local não será generalizada", indicou o diretor do CDC.

EFE   
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