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Procuradoria francesa pede que responsável pelos implantes PIP seja preso

14 mai 2013 - 17h22
(atualizado às 17h29)
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A Procuradoria francesa pediu nesta terça-feira que Jean-Claude Mas, de 73 anos, - fundador da empresa Poly Implant Prothèse (PIP), que fabricava e comercializava implantes mamários - seja obrigado a cumprir quatro anos de prisão por utilizar um gel industrial não autorizado na fabricação dos seus produtos.

O Ministério Fiscal exigiu, além disso, que o empresário pague uma multa de 100 mil euros (R$ 260 mil) e seja proibido de voltar a atuar no setor médico. Já o pedido de penas para os demais diretores da PIP oscila entre seis meses e dois anos de prisão.

O julgamento realizado no Tribunal Correcional de Marselha, no sul da França, examina 5.127 denúncias com acusações de corrupção como lavagem de dinheiro e fraude fiscal, entre outras.

Cerca de 84% da receita obtida pela PIP era proveniente do comércio das próteses mamárias irregulares, principalmente, na América Latina e em outros países europeus.

Os quatro cúmplices de Jean-Claude Mas, acusados de executar suas ordens e de não impedir que os implantes fossem fabricados pela empresa - que agora está em quebra - poderão ser condenados a uma pena máxima de cinco anos de prisão. No entanto, eles não devem ficar responsáveis por indenizar as vítimas, já que se declararam falidos.

Só na França, a Agência do Remédio (ANSM) calcula que 30 mil mulheres possuem esses implantes. Apesar de as autoridades terem recomendado a retirada preventiva das próteses devido ao elevado risco de rompimento, até agora apenas 15 mil seguiram essa instrução.

A estimativa é de que outras 30 mil mulheres não francesas também tenham colocado esses implantes de silicone, que talvez possam, de acordo com agentes da saúde, aumentar as chances de desenvolver câncer.

Nas declarações dadas à polícia em novembro de 2010 e em outubro de 2011, Jean-Claude Mas confessou que sabia da utilização do gel não autorizado e afirmou que as mulheres que o tinham denunciado eram "pessoas frágeis que estavam interessadas em ganhar dinheiro", segundo meios de imprensa franceses.

"Sabia que o gel não estava homologado, mas autorizei sua utilização conscientemente porque o gel PIP era menos caro (...) e de melhor qualidade", disse.

A previsão é de que este primeiro julgamento realizado em Marselha seja concluído no dia 17 de maio.

No entanto, outros processos continuarão pendentes, como o que instrui o Tribunal de Comércio de Toulon contra a empresa alemã de controle de qualidade TÜV, que validou os implantes PIP, e no qual as vítimas reivindicam indenizações de 50 milhões de euros (R$ 131 milhões).

EFE   
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