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Proteína vinculada ao Alzheimer pode proteger contra infecções

25 mai 2016 - 23h06
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Uma proteína vinculada à doença de Alzheimer, a beta-amiloide, contém propriedades que lhe permite atuar como um antibiótico e combater as infecções, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (data local).

"Historicamente a beta-amiloide era vista como lixo, como algo indesejado e a atenção não se centrava em saber qual era sua função ou se esta era normal", disse o coautor do estudo, Gawain McColl, do Instituto Florey de Neurociência e Saúde Mental da Austrália.

A pesquisa, publicada na revista "Science Translational Medicine", parte de outra realizada por Rob Moir, da Universidade de Harvard.

O cientista americano descobriu que a estrutura da beta-amiloide se parecia com as dos peptídeos antimicrobianos que são parte do sistema imunológico do corpo.

Moir e seus colegas, entre eles McColl, realizaram experimentos com ratos e vermes redondos (nemátodos) geneticamente modificados para produzir grandes quantidades de beta-amiloide, às quais injetaram bactérias para analisar se esta proteína podia proteger o corpo contra as infecções.

Os cientistas comprovaram que estes animais transgênicos não adoeciam em consequência destas infecções e, além disso, descobriram que esta proteína se formava nas áreas nas quais estavam presentes as bactérias.

"A inferência foi que a beta-amiloide é parte de nossa resposta imune inata", disse McColl à emissora australiana "ANC".

O cientista salientou que uma resposta imunológica inadequada poderia desencadear um acúmulo de beta-amiloides, que é exatamente o processo implicado na perda de neurônios na doença do Alzheimer.

"Se este é o caso, poderia mudar potencialmente o foco dos tratamentos", ressaltou.

Os pesquisadores acreditam que a descoberta pode contribuir para identificar os fatores por trás do acúmulo das beta-amiloides e o diagnóstico antecipado do Alzheimer.

EFE   
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