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Roberto Azevêdo promete "readquirir" preeminência da OMC

14 mai 2013 - 10h52
(atualizado às 13h00)
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O diplomata brasileiro Roberto Azevêdo foi designado nesta terça-feira oficialmente como novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), em um ato no qual prometeu trabalhar com determinação para conseguir que a entidade possa "recuperar o papel e a preeminência merecida".

O Conselho Geral do organismo - principal órgão decisório - se reuniu para designar, desta vez de forma oficial, o recém-eleito responsável máximo.

Azevêdo foi escolhido após um processo de seleção entre nove candidatos que se apresentaram ao cargo e que em três rodadas sucessivas foram descartados até que ficou apenas seu nome.

O diplomata brasileiro é embaixador do país perante a OMC e como tal, participou hoje do Conselho Geral, encontro que aproveitou para agradecer os membros, mas também para dizer quais serão suas prioridades quando tomar posse do cargo.

"Trabalhei em e com esta organização de forma contínua durante os últimos 15 anos. E a vi em melhor estado que agora", disse Azevêdo em seu discurso.

"Prometo a todos os membros que trabalharei com eles, com inquebrantável e firme determinação, para recuperar o papel e a preeminência que esta organização merece e deve ter", disse.

Precisamente, 52 Estados-membros e dois Estados observadores felicitaram o diplomata brasileiro e ninguém questionou sua designação, confirmaram fontes da OMC.

Azevêdo também se referiu à próxima reunião ministerial ordinária da entidade, que acontecerá em Bali em dezembro.

"É um acontecimento importante para esta organização nesta situação crítica, está dobrando a esquina e não temos tempo para perder", indicou.

Dito isto, o diplomata não se aprofundou mais no tema, mas alertou que "esta conversa" seguirá em setembro, quando assumir oficialmente o cargo em substituição do francês Pascal Lamy.

Lamy, que levou as rédeas da organização durante os últimos oito anos, elogiou e agradeceu publicamente que Azevêdo tenha se oferecido para ajudá-lo durante o período de transição, daqui até o final de agosto.

Em seu próprio discurso aos membros, Lamy agradeceu o compromisso com o processo de seleção e assegurou que este foi um exemplo de "eficácia, que terminou bem antes da data limite", algo que a seu entender é um sinal de que a organização é capaz de apresentar resultados positivos quando "todos os membros trabalham juntos para um objetivo comum".

Lamy acrescentou que o mais importante do processo era que os membros haviam eleito uma pessoa considerada "a mais apta para dirigir a organização durante quatro anos".

Por sua parte, Azevêdo elogiou o sistema de seleção, dado que a seu entender a busca do consenso é mais "legítima" e mais inclusiva do que uma eleição direta entre dois ou vários candidatos.

"O processo foi sem dúvida totalmente inclusivo e os membros - sem exceções - tiveram a oportunidade de expressar suas preferências durante os vários níveis das consultas", asseverou.

"Chegar ao consenso é muito mais complexo do que contar votos. Requer que todas as delegações façam parte construtivamente e tenham boa fé nas consultas, que devem determinar mais do que o nível de apoio recebido pelos candidatos. Mas a maior vantagem de uma decisão conseguida por consenso é que acrescenta legitimidade à eleição", concluiu.

Um apoio e uma legitimidade que Azevêdo necessitará enquanto tiver no posto de liderança da organização rumo à obtenção de algum resultado concreto.

EFE   
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