PUBLICIDADE

1 em cada 5 casos de perda dental está ligado à diabetes

Tanto a periodontite quanto a diabetes têm relação com a destruição e síntese do colágeno, fator que favorece os dois problemas

22 mar 2016 - 08h00
Compartilhar

Um estudo feito pelo Departamento de Saúde de Nova York revelou que 1 em cada 5 casos de perdas dentais são causadas por diabetes. Para chegar a esse resultado, os cientistas analisaram exames bucais e de diabetes e questionários feitos com 2.508 pessoas com mais de 50 anos. 

Ao fim do estudo, foi possível observar que 28% dos participantes com diabetes não possuíam dentes contra apenas 14% dos que não tinham a doença. E mesmo entre os que tinham dentes, os portadores da diabetes apresentaram menos que os demais. 

Visitar um especialista periodicamente pode gerar maior controle do diabetes e da periodontite e a prevenção da perda dental
Visitar um especialista periodicamente pode gerar maior controle do diabetes e da periodontite e a prevenção da perda dental
Foto: Lightspring / Shutterstock

Diabetes e a periodontite

Daiane Rocha, periodontista e diretora da ABHA (Associação Brasileira de Halitose), concorda que a diabetes interfere no agravamento da doença periodontal e explica a ligação entre as duas doenças.

“A doença periodontal ocorre quando a placa bacteriana, que fica na região próxima às gengivas, se calcifica formando uma placa endurecida chamada tártaro. Se não tratada, essa placa começa a progredir para dentro da gengiva permitindo que as bactérias destruam os ligamentos periodontais (tipo cordas feitas de colágeno que ajudam a segurar os dentes) e o osso que suporta os dentes”, diz a especialista.

Essa destruição dos ligamentos e do osso pode causar mobilidade dentária e, consequentemente, perda do dente afetado. “Para piorar, essa doença não costuma causar sintomas aparentes, normalmente não gera dor e, com isso, passa despercebida, não sendo diagnosticada até que esteja em um estágio irreversível, onde a perda do dente não pode mais ser evitada”, diz Daiane.

É aqui que entra a relação com o diabetes. O paciente diabético tem maior risco de agravamento da doença periodontal, pois ambas têm relação com a destruição e síntese do colágeno (fato que explica porque os diabéticos têm dificuldade de cicatrização de feridas, por exemplo). “Mas a via inversa também ocorre. O diabetes descompensado vai agravar a doença periodontal, assim como um paciente diabético estável que esteja com doença periodontal de grau severo terá um maior risco de sofrer descompensação do diabetes”, diz a especialista. 

Importância dos periodontistas

Por isso quem tem diabetes não pode deixar de incluir os periodontistas em sua lista de médicos obrigatórios. “É comum os médicos encaminharem pacientes diabéticos para cardiologista, oftalmologista, entre outros. Mas eles não solicitam que seus pacientes façam também avaliação periodontal de rotina. Isso poderia melhorar muitos prognósticos tanto do diabetes quanto do quadro de doença periodontal, além de gerar maior controle das duas doenças e a prevenção da perda dental”, diz Daiane. 

Como evitar perdas dentais em diabéticos

Como vimos, todo paciente diabético deve fazer acompanhamento com um periodontista, assim como cuida de sua pressão arterial, controle do peso, alimentação e etc. “A perda dental só irá ocorrer se a doença periodontal não estiver controlada”, diz a especialista. 

Para isso também é fundamental que o diabético mantenha uma higienização bucal rigorosa, escovando os dentes pelo menos 3 vezes ao dia com escova pequena e de cerdas macias, pasta de dente diferenciada quimicamente, fio dental, raspadores linguais e escovas interdentais, se houver necessidade.  

Qualidade de vida

Pessoas com perdas dentais em regiões visíveis podem ter queda da autoestima, ficar mais caladas e introspectivas e sorrir menos para não mostrar o “defeito"

. “Esse tipo de comportamento pode afetar todas as áreas da vida de uma pessoa: social, profissional, íntimo e pessoal. Mas além disso, perder os dentes também pode afetar a mastigação, deglutição e gerar problemas graves em nossa ATM (articulação têmporomandibular)”, finaliza Daiane. 

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade