Romero Britto vira até estampa de aparelho dentário móvel

Usar aparelhos ortodônticos não seria muito mais interessante e divertido se eles fossem estampados com as mais diferentes e criativas imagens de acordo com o seu gosto? Pois, foi justamente pensando nisso que o técnico em prótese dentária, Anderson Castro Magalhães, resolveu criar um produto diferenciado para atrair principalmente crianças e jovens. 

Saiba se o aparelho pode atrapalhar na hora do beijo

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Utilizando as habilidades da mãe, Nilcéia de Castro, que é artesã de mão cheia, e do irmão, Fábio de Castro Magalhães, que é tatuador, Anderson começou a inserir pinturas entre as duas camadas de resina usadas nos aparelhos, dando cor, tema e graça a eles. 

E, apesar de o projeto ser relativamente novo (a ideia surgiu esse ano), o lado artístico de Anderson o acompanha desde cedo. “Nos laboratórios por onde passei, sempre tinha um tempinho para soltar a imaginação. Comecei brincando com as resinas que sobravam. Com o tempo, decidi passar essa brincadeira para os aparelhos. O amor pela arte e pelo meu trabalho ajudou muito”, diz o técnico. 

Modelos específicos

O legal é que o paciente pode escolher entre desenhos mais descolados, com flores, escudos de time, ou algo mais artístico, como os modelos com pinturas no estilo do artista Romero Britto. Mas Anderson faz um importante alerta. “Os que estão aqui só servem como demonstrativo e enfeites de consultório. Os aparelhos que serão usados pelos pacientes têm que vir com orientação de um dentista especializado”. Quando perguntado qual o modelo mais pedido atualmente, o técnico responde de cara: “São os com tema de time de futebol”. 

Tratamento sim, estética não

Embora muito divertidos e estimulantes para pessoas que precisam de tratamentos dentais, realmente é necessário que haja uma conscientização de que os aparelhos estampados são feitos, como qualquer outro, apenas para corrigir problemas na arcada dentária, e não para serem usados como acessório estético. 

“É preciso ter cuidado para que esse tipo de proposta não faça o aparelho virar um modismo e adolescentes acabem o usando sem supervisão de um especialista em ortodontia. As consequências da utilização desse tipo de aparelho sem necessidade vão, desde perdas ósseas e problemas na gengiva, até  perda dos próprios dentes”, diz Luis Aidar, professor de Ortodontia da Universidade Santa Cecília.  

Porém, apesar de todo esse cuidado ser necessário, o professor não vê contra-indicações na utilização correta e supervisionada desse tipo de aparelho desenhado e desenvolvido por Anderson. “Ele até pode servir de motivação para os adolescentes se interessarem mais por esse tipo de tratamento”, diz.