Boca seca e gosto de guarda-chuva na ressaca? Saiba por quê
Intercalar água com a ingestão de bebida alcóolica ajuda a diminuir os efeitos da ressaca, mas ainda assim a saúde bucal é prejudicada
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Você já sentiu aquele gosto metálico depois de uma noite de exageros com bebida alcóolica? O famoso cabo de guarda-chuva na boca aparece porque o álcool inibe a produção do hormônio antidiurético (ADH). Por isso, a ingestão de bebidas alcoólicas tem efeito diurético: faz com que a pessoa urine mais e perca água. Isso causa sensação de boca seca e necessidade de beber água, quando se acorda no dia seguinte.
“Além disso, quando a pessoa ingere bebidas alcoólicas em grande quantidade, também há um efeito local, de ‘ressecamento’ das mucosas bucais. Por estes dois motivos, após ingestão de álcool em uma certa quantidade, sente-se este gosto ‘metálico’”, explica o cirurgião-dentista, Claudio Pannuti, professor de periodontia da Faculdade de Odontologia da USP.
Segundo o especialista, esse efeito passa, mas não é possível precisar um tempo, já que varia de indivíduo para indivíduo, e depende também de quanto álcool foi ingerido. De qualquer forma, é bom lembrar que o etilismo é um fator de risco para o câncer bucal. “Isso não quer dizer que todas as pessoas que bebem terão câncer de boca, mas que quanto mais você bebe, maior o risco de ter essa doença. O etilismo também está associado com outras lesões de mucosa bucal”, afirma Pannuti.
Não há como impedir os efeitos nocivos da bebida se a pessoa bebe muito e com frequência, mas há como amenizar. “Beber bastante água enquanto se ingere bebida alcoólica pode diminuir a sensação de boca seca no dia seguinte, bem como os sintomas de ressaca, mas não irá reduzir o risco de câncer de boca. O ideal é beber moderadamente”.
Um estudo realizado na Filadélfia, Estados Unidos, pelo professor Mohamed A. Bassiouny, da Temple University, aponta que o consumo excessivo de refrigerantes pode ser tão prejudicial à saúde bucal quanto o uso de metanfetamina, cocaína e crack
Foto: Shutterstock
O estudo teve como base três pacientes. Um de 29 anos, que utilizava a metanfetamina, outro de 51 anos que usou cocaína por 18 anos e uma paciente que consumia mais de dois litros de refrigerante diet por dia, por pelo menos três anos. Todos não mantinham bons hábitos de higiene bucal. Os resultados mostram que os efeitos erosivos comprometeram os dentes
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A acidez do refrigerante advém do ácido cítrico e do ácido fosfórico. Se o consumidor não tiver uma higiene bucal correta e regular, a constante exposição a essa acidez poderá causar erosão dental
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Os malefícios do refrigerante aos dentes não são ocasionados pelo açúcar. Por isso, as versões diet também resultaram em danos bucais
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Se a pessoa consumir refrigerante em grandes volumes e descuidar da escovação dos dentes, certamente apresentará mais problemas bucais como cáries, manchas e gengivite que, se não tratada logo no início, pode levar à perda dos dentes
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A escovação, apesar de imprescindível, não pode ser realizada imediatamente após a ingestão de alimentos ácidos, porque haverá ação ácida associada à ação mecânica da escovação. O ideal é fazer sempre um bochecho com água e aguardar pelo menos 30 minutos antes de escovar os dentes
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Os níveis de pH dos energéticos costumam acelerar a erosão dos dentes, favorecendo um aumento na incidência de cáries, dor e sensibilidade exagerada, além das manchas que comprometem a aparência do paciente